pensamentos correntes, pensamentos pendentes

quinta-feira, abril 10, 2008

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"Sofrer dá bom senso ao pateta"
Hesíodo


Gostei mesmo desta...

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Sobre críticas

Algo que me tem ajudado muito nos últimos tempos é o seguinte: quando não estou para ouvir críticas, não peço opiniões.

terça-feira, abril 08, 2008

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Quando a arte transcende a luz...


segunda-feira, abril 07, 2008

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Ah, afinal foi isto...

"A base da crise do ‘subprime’ está na avaliação incorrecta da comunidade de investidores", prossegue explicando que "a securitização do subprime explodiu porque os activos garantidos por hipotecas de alto risco estavam a um preço surpreendentemente abaixo do seu valor".

Greenspan

Jornal de Negócios - 07.04.08

domingo, abril 06, 2008

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De como as pessoas que pensamos que são as mais inteligentes, afinal de contas, o não são (sim, estou a falar de bancos e afins…)


imagem daqui

Falo da crise do “subprime” que, de alguma forma está a afectar todas as pessoas. A base desta crise é tão estúpida que custa a acreditar que tenha realmente acontecido, no entanto, aí está ela mais evidente que nunca (se o leitor paga um empréstimo bancário com taxa variável deve saber bem do que estou a falar…).

Tudo se deveu ao crédito de alto risco.

Nos EUA também existe o crédito de risco, em Portugal é comercializado pela Cofidis, Cetelem ou outras. É aquele tipo de crédito do género: Quer dinheiro? Não há problema, nós damos sem fazer perguntas (havia mesmo uma publicidade que dizia isto mesmo, crédito sem perguntas), desde que pague juros da ordem dos 30% por nós, está tudo bem. Claro, em Portugal esse crédito é à escala do país. Começou por ser no máximo 500 EUR, com o tempo foi aumentando. Hoje, se repararem na publicidade actual a coisa já vai nos 10.000 EUR. Ora bem, nos EUA a coisa é sempre em grande, e este tipo de crédito já era usado para a compra de habitação. Então o pessoal pegou nesse dinheirinho “fácil”, e toca a comprar casas que nem uns desalmados. Além do mais, como o mercado imobiliário foi dos negócios mais rentáveis os últimos anos, este tipo de crédito funcionava como oxigénio para encher a bolha, ou seja, casas super caras, rendimentos astronómicos para quem as vendia, pagas com dinheiro de crédito fácil (mas ultra caro), por pessoas sem noção da realidade a não ser de saberem que podiam ter acesso a dinheiro fácil para comprar o que quisessem. Aconteceram casos tão ridículos, como casais com filhos em que ambos estavam desempregados, terem acesso a este tipo de crédito para comprar vivendas magníficas com piscina e tudo a que tinham direito. Enquanto isto, todo o mundo, ou melhor, todos os agentes financeiros do mundo lucravam com isto, todos tinham investimentos no mercado imobiliário através de uma panóplia de instrumentos financeiros, fundos de investimento, acções de empresas de construção, futuros sobre materiais, sei lá, uma imensidade de coisas (é o que faz vivermos hoje numa sociedade global). E era vê-los a sorrir quando viam as suas rendibilidades a crescerem exponencialmente. (já agora devo acrescentar que, exponenciais em mercados financeiros, não é nada bom sinal…)

Um dia aconteceu o inevitável (foi em Agosto passado). As pessoas deixaram de conseguir pagar os créditos, e todo o sistema ruiu, com as consequências que todos conhecemos. Colapso do mercado imobiliário Americano, crash das bolsas e muitas situações complicadas para resolver. Há uma semana atrás, podia-se comprar uma casa na Califórnia por 500 dolares (para aí uns míseros 300 euros). Ou seja, quem se deu conta do que ía acontecer, agora anda a comprar as casas a preço de saldo (imaginem a fortuna que não vão fazer daqui a um ano quando as começarem a vender…).

A consequência disto tudo foi que os bancos agora, para emprestar dinheiro, têm mesmo de se assegurar que vão ter o dinheirinho de volta com o respectivo juro. E como fazem isso? Aumentando a taxa de juro, assim só os que têm dinheiro para pagar têm acesso ao crédito.

Agora, o que eu não percebo é o seguinte: Se até eu, que não percebo nada de finança, consigo ver a irracionalidade de tudo isto, como é que os bancos e todas as entidades financeiras não conseguiram prever, antecipar e tratar deste imbróglio antes de chegar a este ponto?

Para mim a resposta é evidente. O(s) sistema(s) financeiros não pensam, agem em conformidade. Se as acções do imobiliário estão a subir o pessoal começa a investir, e tudo o que sirva para aumentar os lucros é fomentado (são os chamados, raios os partam, especuladores). Numa primeira abordagem, pode-se pensar que a culpa é dos agentes financeiros. Para mim é claro que não. A culpa, é das pessoas que compraram as casas (ou o quer que seja) sem se assegurarem que tinham as condições mínimas para a pagarem. É o que faz ter mentes de crianças (daquelas que querem ter um telemóvel topo de gama sem a menor noção para que serve metade das suas funcionalidades, mas que o têm porque faz inveja aos amigos) em pessoas adultas numa sociedade liberal.

Et voila, lá estamos nós todos (o mundo todo literalmente) f&%$, ou melhor, a pagar por isso.

Depois não me venham dizer que não devemos responsabilizar as pessoas…

quarta-feira, abril 02, 2008

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Basicamente isto vai tornar-se num blog sobre a actualidade e consequentes banalidades. Vai ser só mais um (tal e qual já era).

Para hoje escolhi dois temas: Boicote aos jogos olímpicos a realizarem-se na China e “nova” lei do divórcio.

Sobre o boicote:

imagem daqui

Pois claro, a questão dos direitos humanos para a China estará como o Paulo Portas e os reformados, não se podia estar a borrifar mais, no entanto ambos sabem que é algo que ficam bem demonstrar preocupação. Para a China, o facto de o Tibete ser território Chinês é uma questão de honra, tal qual é uma honra estarem a organizar os jogos olímpicos a realizarem-se este ano. É claro que qualquer rebelião no Tibete vai ser rechaçada, seja qual for o método, todos fuzilados, chineses disfarçados de monges anarquistas, etc. Está bem de ver-se que o mundo Ocidental tem que mostrar indignação, e por isso, lá fazem as suas ameaças, entre as quais, o boicote aos jogos olímpicos. Um boicote aos jogos olímpicos (por qualquer país que seja) constituirá uma dura afronta aos Chineses. No entanto, acho claro que tal não acontecerá. A economia mundial (a de todos países portanto) está demasiado dependente da fome consumista Chinesa para crescer (ainda mais com esta estupidez do "subprime", todas as esperanças recaem sobre as economias emergentes, sendo a mais importante a China). Não tenho dúvidas que a China retaliaria com fortes contra-medidas económicas a qualquer país que ousasse boicotar os jogos olímpicos, e todos sabem disso. Por isso deixem-nos ameaçar (como por exemplo esse grande defensor dos direitos humanos que é o PM Francês Nicolas Sarkozy), mas no fim, vão lá todinhos com o Tibete bem enfiado no rabinho.

(Que não haja ilusões, direitos humanos é muito bonito, mas o que manda afinal de contas, é o dinheirinho…).

Sobre o projecto de lei do divórcio:

imagem daqui

Antes de mais uma nota sobre o que trata este projecto de lei, um contrato, estabelecido entre duas pessoas. Na essência é disto que se trata, depois por cima é adocicado com promessas de amor eterno e fidelidade. No entanto, é um contrato a que socialmente se chama: casamento.

Assim sendo, o divórcio é o nome a que, socialmente, se chama à dissolução desse contrato. Ora, um contrato é algo que tem por base direitos e deveres, e quanto à sua dissolução, deverá ser levada a cabo por mutuo acordo de ambas as partes. É precisamente contra esta última parte que o projecto de lei choca. A proposta prende-se com o direito de uma das partes dissolver esse contrato unilateralmente. Isto seria semelhante a um dia pegarmos no telemóvel e não ser possível fazer uma chamada. Furibundos com a situação trataríamos de contactar a operadora a saber do que se passava, ao que ela responderia: “Lamentamos, mas o tarifário que contratámos com o Sr. já não nos convém, por isso decidimos resolver o contrato”.

Um contrato implica uma responsabilização, e caraças, basta de tratar os Portugueses como criancinhas (já basta o que andamos a fazer facilitando tudo às nossas criancinhas). Se queremos que nos levem a sério, temos que nos portar como adultos. E o casamento não deve fugir à regra.