pensamentos correntes, pensamentos pendentes

quarta-feira, fevereiro 21, 2007

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Se os Madeirenses votam para o governo de Portugal, porque é que eu não posso votar para o governo da Madeira?

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Há algo que me anda a irritar de sobremaneira que tenho de partilhar com a Blogosfera.
Não, não é o facto dos EUA irem mandar uma série de bombas para o Irão desencadeando a terceira guerra mundial que provavelmente irá exterminar a raça humana da superfície terrestre, nem esta grande palhaçada que é a demissão do Alberto João Jardim.
Acontece que ando a ler um livro que contém notas de rodapé (sim, já sou crescido o suficiente para ler livros com notas de rodapé). Ora, acontece, que as notas de rodapé em vez de estarem no rodapé (tal como o nome indica), estão todas compiladas nas páginas finais do livro. Ora, de cada vez que me aparece um palavra ou expressão com uma referência lá tenho de ir eu até ao final do livro para ler a nota. Isto é ridículo. Por várias vezes já determinei que não iria ver mais notas de rodapé nas páginas finais do livro. No entanto acontece que quando me aparece o número da referência não consigo resistir e lá vou eu uma vez mais até ao final do livro, culmiando isto numa frustração pois estou constantemente a contradizer-me
Caros editores pela vossa "saúdinha", ponham as notas de rodapé no seu lugar, que é no final da página onde se encontra a dita referência.
Obrigado.
Agora já me sinto melhor...

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

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Ora se ele se liga ao receptor CD-4 tem de ser por algum sítio.
Foi esse sítio que se descobriu no vírus do HIV. Agora é só arranjar maneira de o filho-da-mãe não se ligar ao receptor-CD4...

segunda-feira, fevereiro 12, 2007

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O SIM ganhou...
Afinal, ainda há uma réstia de civilidade neste país...
Apesar da abstenção desastrosa, o meu peito Português está mais inchado

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

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Só mais uma achega...
Tenho de afirmar categoricamente que votar não é incoerente e inconsequente. Vou tentar explicar porquê:
1) Sobre a lei:
Antes de mais devo referir que o que se está a referendar é uma lei. O que os defensores do não apregoam é algo paradoxal. Não querem que o aborto seja despenalizado. Querem que a lei actual simplesmente não seja aplicada. Ora, isto além de ser uma hipocrisia (se não queremos que uma lei seja aplicada porque a deveremos ter no nosso plano legal?) é na realidade querer a despenalização do aborto. Além do mais esta posição revela algo ainda mais flagrante: Se os defensores do não desejam que a actual lei não seja aplicada no futuro, então pressupõem que o aborto vai continuar a existir. O que resulta numa posição muito estranha, ou seja, sabem que o aborto vai continuar a existir, mas preferem que este seja feito clandestinamente e mas que não seja punível. Uma posição no mínimo incoerente.
2) Sobre a utopia:
A resposta que os defensores do não dão às razões invocadas para a realização do aborto são utópicas. O que eles dizem é que se deveria ter sempre a criança, pois o estado ou outras instituições deviam criar estruturas para apoiar a família das crianças. Para já seriam incomportável financeiramente para o estado ou qualquer instituição este tipo de suporte (se já não consegue ajudar as que cá andam, quanto mais as que estariam para vir). E depois há quem ache que, apesar de ter engravidado, não estar preparado para ter a criança. Aqui as coisas vão para além do monetário. Por exemplo, mães muito jovens.
3) Sobre a natureza:
Os defensores do não para serem coerentes deviam querer a revogação da actual lei por uma que proibisse terminantemente o aborto, possivelmente através de uma punição penal. Do ponto de vista da defesa da “vida”, o embrião deveria ser protegido em qualquer situação, caso contenha uma má formação ou seja fruto de uma violação, por exemplo. No caso de risco de vida para a mãe, uma vez que o valor da vida do embrião e da mãe são colocados ao mesmo nível, deveria-se deixar ver quem “ganha” (mesmo sabendo que o corpo da mulher nesse caso faria tudo para que o embrião sobreviva mesmo em detrimento da sua própria vida). No entanto este tipo de postura é muito difícil de aceitar, mesmo para os defensores do não. Os defensores moderados do não aceitam a actual lei, ou seja, aceitam a realização do aborto nalguns casos, sendo assim lógico concluir que a “vida” do embrião tem um valor relativo, o que deita por terra o argumento da defesa do valor da “vida” para se votar não neste referendo. Assim sendo, os defensores do não acham que uma gravidez deveria ser levada a cabo em todas as circunstâncias, Isto seria, obviamente, completamente inconsequente.
É claro que a consequência, caso o sim ganhe, não é a resolução de todos os problemas. Deveria ser levado quanto antes um programa de educação sexual nas escolas (que por acaso é também censurado por muitos defensores do não) e prestar-se um apoio muito mais efectivo às mulheres que desejem abortar. No entanto votar sim é desejar que isto aconteça, é um acto de acção. Votar não é desejar que tudo fique na mesma. Mesmo que muito digam que as mulheres irão ter todo o apoio que precisam, isso não irá acontecer, aliás tal como aconteceu após o último referendo sobre este tema.
Só para finalizar, votar não é um acto cobarde e injustamente penalizador. É uma posição de salvaguarda de uma moral inválida e precária. É apelar à inépcia.
O voto no sim é uma posição de esperança e realismo. Apesar de tudo podemos tentar. Desde o último referendo já vimos que o “não” nada resolveu. Que tal dar agora uma oportunidade ao sim?