E lá ganhou Salazar aquele concurso da RTP1.
Mas que raio quer isto dizer?

pathway

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Desde sempre me lembro de ter a lógica como fiel companheira, o que às vezes fazia de mim uma pessoa esquisita. Lembro-me durante toda a minha vida argumentar com elementos de lógica muitas vezes imbatíveis que só eram rebatidos por um: “Porque sim...”

Quando pedia ao meu pai para ir brincar lá para fora, ou mais tarde, quando lhe pedia para ir à discoteca, argumentava com a lógica. Lembro-me perfeitamente de uma argumentação com o meu pai acerca de um livro que tínhamos na estante da sala. Eu dizia que tinha a lombada virada do avesso, o meu pai dizia que não. Bom, arranjei uma estratégia assente em três argumentos para provar que tinha razão. Convenci o pobre do meu pai com o terceiro e derradeiro argumento, o cavalo das Seleções estava de pernas para o ar.
Invariavelmente, por melhores que as minhas argumentações lógicas fossem o meu pai concluía sempre da mesma maneira: “Sim, a teoria é muito bonita, mas o que conta mesmo é a prática.”
Se fosse hoje, já saberia o que lhe responder. Encontrei a resposta no livro “Aparição” no não tão nauseabundo existencialista Vergílio Ferreira.

“... Chico pensa na utilidade «prática». Mas, se através dos tempos o homem pensasse apenas na utilidade prática, hoje não seria um homem, seria um parafuso”

Afinal, qual é a importância de um parafuso?

Porque às vezes, parecendo tudo sereno, estamos rodeados pelo fogo...

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