pensamentos correntes, pensamentos pendentes

quarta-feira, maio 31, 2006

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O tempo, ultimamente, não tem sido muito e as solicitações não param de aparecer. No entanto sou salvo sempre pela fotografia. Assim vou usá-la para contar a história dos meus ultimos tempos...












































































domingo, maio 07, 2006

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Parte Décima Segunda e Última

Já passaram quase dois meses sobre o último capítulo da novela que tenho vindo a desenvolver neste blog. É por isso chegada a altura de dar um desfecho a esta história. Se bem se lembram iniciei o primeiro capítulo ouvindo Tchaikovsky pois achei ser o mais recomendado. Queria também fechar esta história ouvindo esse mesmo Tchaikovsky, infelizmente não o tenho comigo. Arranjei no entanto uma alternativa bastante viável... Rimsky-Korsakov com o tema Shehrezade, é uma coisa para o épico, assim como vai ser este final...

Tinham-se passado perto de três meses desde que o trágico acontecimento tinha sucedido. João soubera da morte de Andreia da pior maneira possível, pelos jornais e completamente ao acaso. Após a saída de Andreia de sua casa tinha perdido todo e qualquer contacto com ela. Não tinha ideia para onde ela podia ter ido, não lhe conhecia amigos a quem perguntar por ela. Por isso só lhe restou amargar na sua ignorância e espera que estivesse tudo bem. Sabia bem que era um desejo ignóbil, porque na realidade estava tudo mal. Ela era a mulher que ele realmente amava e tinha-a deixado ir, aliás estava preparado para ele próprio a mandar embora, a ela, ao seu amor. De cada vez que pensava nisso a sua cabeça parecia que ia explodir, como poderia ter tal coisa acontecido... Não percebia, não se percebia, não percebia nada, até que um um dia o pior aconteceu.

Andava nestas ponderações num dia que tinha ido trabalhar e estava a passar os olhos pelos jornais, até que numa página, num dos cantos, assim como se tivesse arredado do resto das notícias estava lá, estava lá descrito como tinha sido encontrada Andreia, morta, numa pensão duvidosa, no meio de uma miséria tremenda, fruto de um suicídio. João ficou varado, pensou enlouquecer. Não podia acreditar. Telefonou para o jornal para confirmar a notícia, queria saber do corpo. Disseram-lhe que tinha sido já sido enterrado em campa rasa no cemitério da cidade logo após ter sido autopsiado. Aliás estava já putrefacto, pouco havia mais a fazer que não enterrá-lo. Apesar de estar à beira da loucura, João sabia que nada podia fazer, por isso aguentou, aguentou pela mesma razão pela que deixara que Andreia fosse expulsa de sua casa, aguentou durante três longos meses, até que um dia decidiu que tudo tinha de mudar.

Faziam exactamente três meses sobre a morte de Andreia, e nesse dia Liliana, por coincidência ou não, decidira dar um jantar lá em casa, daqueles jantares para mostrar, para fazer falatório no alto meio social. Fazia-o simplesmente porque o podia fazer. Estavam lá representantes de toda a sociedade. Dos políticos aos militares, das estrelas de televisão até àqueles que faziam do jet-7 a sua forma vazia de viver. Os amigos do pai de João, os magnatas do país, lá estavam todos. A imprensa tinha sido convidada em peso. Era a festa da nata para a nata. João não se sentia bem naquele dia, não conseguia tirar a fotografia do corpo de Andreia estendido naquele quarto imundo, que forma ingrata de morrer, que desgraçado era. Mas tinha de sorrir, tinha de ir para o palco fazer o seu papel, estava chegado o “show time” e ele tinha de ir para a boca de cena...

Houve um grande jantar que foi servido com toda a pompa e circunstância, nada dessa nova moda de refeição volante. Estava tudo sentado à mesa disposta à maneira francesa, ou seja, os donos da casa sentados lado a lado no centro da mesa ladeados pelas figuras importantes de forma descendente na sua importância. O jantar decorreu na perfeição, exactamente como Liliana tinha planeado. Os empregados impecavelmente vestidos iam e vinham com os pratos cerimoniosamente servidos na cozinha pelo chef. Chegou a altura da sobremesa, um dos embaixadores presentes levantou-se e pediu a palavra somente para fazer um brinde. Olhou directamente para João e disse – Caríssimo Sr. Dr. João, deixe-me pedir aqui e a todos um brinde à anfitriã desta festa, à sua dedicada esposa Sra. D. Liliana, que teve a bondade de nos presentear com este tão excelso convívio. Os olhos de Liliana brilhavam, tinha a noção de ser o centro de todas as atenções naquele momento, todas as pessoas importantes estavam a idolatrá-la, estava radiante. De seguida todos se levantaram para começar o brinde até que se ouviu o impensável – A Sra. D. Liliana não é minha esposa...

Ouviram-se alguns engasgos e umas tantas tossidelas e o embaixador que invocou o brinde só conseguiu articular – Perdão...?!
Tinha sido João quem tinha dito aquelas palavras e todos olhavam para ele de maneira absurda enquanto a sala era iluminada pelos flash ininterruptos dos jornalistas. Lilina tinha congelado por momentos para no momento seguinte recuperar a compostura e perguntar a João forçando um sorriso – Que brincadeira é essa querido? É como ouviram, Liliana não é minha esposa – Disse João com uma voz que agora era perfeitamente audível por todos... Os flash das máquinas dos jornalistas continuavam a disparar sem parar. De um momento todo o barulho que preenchia a sala se transformou num silêncio pesado. João achou que era o momento para tomar a palavra. Meus senhores – começou por dizer – é verdade, a Liliana não é a minha esposa. Se entendemos que a nossa esposa deverá ser a mulher a quem amamos, então a Liliana não pode ser a minha esposa. A minha esposa deveria chamar-se Andreia. Infelizmente já não está entre nós, mas hoje ressuscito o seu nome para fazer dela a minha verdadeira esposa, a minha rainha – e calou-se...

Liliana simplesmente desfaleceu perante aquele discurso sendo quase pisada pela turba de jornalista que num ápice caíram sobre João na tentativa de obter um testemunho mais sobre aquela história completamente mirabolante. Aquilo era uma mina de capas de jornais para o dia seguinte. João mantinha-se calado, agora que tinha feito aquilo que achava justo só queria sair dali. A elite da sociedade começou por tentar sair dali o mais rapidamente possível, pois depressa se aperceberam que não era indicado estar ligado àquele acontecimento. João tinha feito de Andreia sua esposa depois de morta. Tinha ganho coragem tarde demais, mas não se permitiu ceder perante si mesmo. Tinha uma dívida a pagar com Andreia e para o amor mútuo que ambos sentiam um pelo outro...

É interessante seguir o percurso de João após aquela noite. Tudo fazia crer que a sua vida iria desabar a partir daquela noite, mas assim não foi. É claro que a primeira coisa que fez foi divorciar-se de Liliana. Esta não facilitou as coisas e saiu daquele casamento com a conta bancária muito bem recheada. Casou algum tempo depois com um director de uma empresa do sector energético.
João a partir daquela altura começou a acreditar em si, começou a fazer frente ao pai e começou por implantar as suas ideias no mundo financeiro do pai. Graças a isso a a holding que já de si era rentável começou a sê-lo ainda mais.
João nunca mais casou, a lembrança de Andreia nunca mais o largou e tinha-a como sua esposa e nunca seria capaz de a trair...
Eram os dois os donos do trono daquele império, João o rei e Andreia a rainha...

sábado, maio 06, 2006

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Andava eu nas minhas deambulações cibernéticas quando encontro um site de um fotógrafo que muito me surpreendeu. Pois é, lá está a minha veia de pseudo-fotógrafo assumido a vir ao de cima. Pois bem meus caros, para quem ainda não conhecia Zach Gold (www.zachgold.com). Ao que parece é um senhor que vem dá área mais comercial, publicitária. No entanto parece-me que se preocupa mais do que somente vender... Recomendo...

quarta-feira, maio 03, 2006

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Quantas vezes não nos movemos melhor no mundo das sombras...?

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Há cantinhos que nos são muito queridos...