pensamentos correntes, pensamentos pendentes

sexta-feira, fevereiro 24, 2006

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Obrigado....

quinta-feira, fevereiro 23, 2006

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Socorro, estou a afogar-me em trabalho,
alguém que me atire uma bóia...

sexta-feira, fevereiro 10, 2006

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Realmente vivemos num país bestial.
Para me inscrever na segurança social só tive de perder 3 tardes inteirinhas.
Realmente, vale mesmo a pena este Portugal.

quinta-feira, fevereiro 09, 2006

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Parte Décima
João decidiu esperar até a manhã seguinte para informar Andreia do que se estava a passar. Antes de tomar qualquer medida teria de pensar bem como deveria proceder. Não se sentia bem, estava numa posição bastante incómoda. Se por um lado amava Andreia, sabia que se insistisse naquele amor teria de abdicar da sua vida tal qual a conhecia, já para não falar de todo o tremor que iria provocar na sua família, bem como na de Liliana, e o rol de consequências no campo dos negócios de parte a parte. Decidiu, pensaria e teria de achar as melhores palavras para explicar a Andreia o que se passava, dormiria sobre o problema e esperava que a frescura da manhã lhe fosse boa conselheira. Como é claro, não dormiu bem. Primeiro custou-lhe a adormecer. Pela sua cabeça passavam dezenas de formas para conduzir a conversa que iria ter com a Andreia para a despedir. Pensava em milhares de desculpas. Por vezes, num momento de maior desespero pensava em fugir com Andreia para acabar com tudo aquilo, mas logo depois voltava à busca. À busca daquilo que não existia, uma forma limpa de sair daquela situação que, simplesmente, os ultrapassava a ambos, ultrapassava também o amor que ambos tinham. No meio do turbilhão de pensamentos, João ainda teve o discernimento para concluir que, afinal de contas, ainda existem circunstâncias que conseguem ultrapassar o amor, denominado como a maior de todas as forças. De manhã levantou-se mais cansado e mais confuso do que estava quando se deitou, mas estava decidido. Não sabia ao certo como diria, não tinha escolhido as palavras. No fim de tanta reflexão confiaria à inspiração do momento para que lhe saíssem as palavras mais acertadas. Quando chegou à sala disse à copeira para chamar Andreia. A copeira prontificou-se a fazê-lo e partiu em sua busca. Passado algum tempo apareceu dizendo que não conseguia achar a Dra. Liliana. João pediu-lhe que fosse ver ao seu quarto. Quando regressou, o que disse a copeira a João deixou-o lívido. - Sr. Dr. João, o quarto da Dra. Andreia está vazio. - Vazio? Vazio como? Onde será que ela foi a esta hora da manhã? – Perguntando meio a si mesmo meio à copeira. - Sr. Dr., o quarto da Dra. Andreia está mesmo vazio. Não tem lá nada. Os roupeiros estão vazios. Parece que se foi embora... João deixou-se sentar sobre o sofá como se, de um momento para o outro lhe tivessem sido retirado todas as forças que sustinham o seu corpo. - Foi-se embora...- Repetia, parecendo um eco das palavras que a copeira lhe tinha acabado de dizer. - Deseja mais alguma coisa Sr. Dr.? – Perguntou-lhe a copeira. João não lhe respondeu porque também não ouviu. Estava completamente imerso nos seus pensamentos. O que quereria dizer aquilo? Porque se teria ido embora assim, sem dizer nada? O que aconteceu afinal? Para onde teria ido a mulher que ele amava?

terça-feira, fevereiro 07, 2006

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Quando as via de fora, como animais de estimação, as pessoas pareciam-me bem, agradáveis. Agora que tenho de estar constantemente no meio delas, quase não consigo suportar o cheiro fétido a que tresandam...

segunda-feira, fevereiro 06, 2006

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Se forem adeptos de teorias da conspiração vão aqui.
Esta parece ser mais verdadeira que conspiração...

quinta-feira, fevereiro 02, 2006

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Antes de entrar na história gostaria de fazer um pequeno prelúdio. Serve este prelúdio para fazer um pedido de desculpas aos meus tão amados leitores deste humilde blog. Tenho recebido várias e justas advertências relativamente à existência de alguns erros nos textos anteriores desta já longa história. O facto é que muitas vezes não faço uma segunda revisão como deveria ser feita, facto pelo qual se explica o aparecimento dos referidos erros. Também à fúria com que muitas vezes escrevo que faz com que o pensamento seja infinitamente mais rápido do que a escrita poder-se-á dever a uma escrita errónea. Prometo, no entanto, que vou redobrar o cuidado com os textos antes de os publicar. Muitas vezes é a ânsia de publicar e o não deixar perder o fio da meada desta história que me impulsiona para que publique, quase cegamente. Prossigamos então com votos de que menos erros surjam...

Parte Nona
João encontrava-se num beco sem saída, sabia-o bem, era um beco onde não desejava estar. Estava desesperado mas convicto daquilo que tinha de ser feito, tinha de despedir Andreia. É claro que desconfiou de que Liliana tinha algo a ver com todo aquele desembocar no beco, mas de nada servia confrontá-la com isso, sabia de antemão que só serviria para complicar ainda mais as coisas e afunilar ainda mais aquele beco de onde não poderia sair. Teria que ir até ao fim e bater com a cabeça na parede.
- Liliana, sabes, o embaixador de Inglaterra vai regressar à sua terra natal deixando livre a governanta deles. Ao que parece, e nas suas próprias palavras, a governanta é-lhe um segundo braço direito. Impecável na organização, discreta na presença, o ideal dentro do género. É com muita pena que a não leva com ele para Londres, mas a senhora gosta por demais da terra Lusa para a deixar. Por isso estive a pensar em sondá-la para ver se teria disponibilidade para entrar ao nosso serviço. O que dizes? Liliana fingiu mal a sua surpresa, mas mesmo assim condescendeu: - E o que fazemos com a Andreia? - Estou certo que por uma indemnização justa poderemos chegar a um acordo. - Um indemnização? Deves estar a delirar. Depois do que ela tentou fazer à nossa família ainda lhe vamos dar dinheiro, nem penses. João pela primeira vez apercebeu-se da magnitude em que as coisas estavam. Percebeu que Liliana durante todo o tempo que tinha passado não estava adormecida, estava só latente, de modo a aproveitar o momento oportuno para despontar, e esse momento era agora. - Mas Liliana, não a podemos por na rua assim sem quê nem para quê. Seria, antes de tudo, um acto de ingratidão. - Ingratidão? – Questionou Liliana esforçando-se para conter – Tu poderás falar em gratidão, sim, tu deves ter uma grande dívida para com ela por tudo o que ela te fez... - Liliana, pelo amor de deus – Interrompeu João - Pelo amor de deus digo eu João. Vamos por essa rameira na rua sim. Para começar nem deveria nunca ter entrado nesta casa. Maldita a hora em que a contratei. Quis eu ajudá-la e assim que ela me paga. E tu ainda me falas em gratidão? Não me faças mais papalva do que me tens feito nos últimos tempos. Isso acabou. Ela vai para rua e se alguém teria que pagar seria ela, por todos os estragos que provocou. E digo-te mais uma coisa, não vou ser eu a despedi-la. Vais ser tu, que é para ela ver o que acontece àquelas do seu género. Liliana virou-se e saiu rangendo qualquer coisa entre dentes em que João não queria acreditar. “Grande puta”, foi o que pareceu a João ter ouvido. Naquele momento a cabeça de João fervilhava, amava Andreia, mas nunca poderia concretizar esse amor a não ser que renegasse as suas origens. Por fim, João desistiu. Não tinha alternativa, teria de ser feito... Andreia ouviu toda a conversa. Ia para entrar na sala no exacto momento em que aquela discussão entre João e Liliana tinha iniciado, ficando à escuta. Estava aterrorizada, não sabia o que pensar. Ao contrário de João, ela ouviu perfeitamente a última exclamação de Liliana. Nesse momento sabia somente que tinha de sair daquela casa, o mais depressa possível. Sentia-se humilhada, mas mais que isso, traída. Traída por um João que se tinha desfeito em juras de amor e felicidade, mas que agora se rendia às aparências tal como aqueles que tanto desprezava.