pensamentos correntes, pensamentos pendentes

sexta-feira, janeiro 27, 2006

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O que seria da minha vida se este homem não tivesse existido?

quarta-feira, janeiro 25, 2006

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Parte Oitava
Depois de Liliana Sair do seu gabinete, o pai de João sabia que tinha de fazer alguma coisa, tinha de fazer algo que mudasse o rumo à situação. Naquele momento o que menos convinha era um escândalo na sua família, os seus negócios estavam num ponto tal que não sabia quais seriam as repercussões se o seu filho entrasse no diz que disse do falatório público, especialmente da alta sociedade. Algo teria de ser feito e ele, sabia bem o quê. Não havia tempo a perder, por isso telefonou nesse mesmo instante para João, que ignorava por completo a presença de Liliana na empresa onde ele mesmo trabalhava, e chamou-o ao seu gabinete com urgência. João ainda tentou pelo telefone saber do que se tratava, mas o seu pai nada disse, limitando-se a um: “Quero-te aqui o mais rápido possível!”. João largou imediatamente tudo e dirigiu-se ao gabinete de seu pai. Quando entrou, João viu o seu pai sentado por trás da sua secretária, aparentemente calmo. “Então pai, o que se passa?” “Senta-te João, temos de ter uma conversa séria”. Após dizer isto, o pai de João levantou o auscultador do telefone e avisou a sua secretária que não queria ser interrompido. Ao ver aquilo João percebeu que o assunto era mesmo sério. O pai de João começou então, esta conversa séria importante assim: “Então João, como vai a tua vida?” João ficou sem perceber se ele estava a falar a sério ou a brincar, não estava a perceber, pelo que respondeu “Afinal pai, o que se passa?” “O que se passa? O que se passa é que estás preste a deitar por terra o que demorei toda a vida a construir. É isso o que se passa” A conversa foi morosa. João lá confessou que tinha um caso com a governanta, mas nunca admitiu que a amasse. Disse que era só um capricho, nada mais. Mas o pai já estava de sobreaviso e percebeu que não era bem assim, sentia que ele lhe estava a mentir, que na realidade ele gostava mesmo dela ao ponto de mais tarde, caso não fossem tomadas medidas sérias, ele poder vir a cometer uma loucura. O pai de João percebeu que, afinal de contas, Liliana tinha razão, havia mesmo um problema, um problema que tinha de ser resolvido o mais depressa possível. A certa altura, o pai disse a João que a governanta tinha de ser despedida e ele nunca mais a poderia ver. João tentou contra-argumentar dizendo que o pai estava a exagerar, que não se passava nada assim de extraordinário e que a rapariga até fazia um bom trabalho. Mais o pai mostrou-se irredutível ao ponto de dizer “Se quiseres continuar a pertencer a esta família e a esta empresa tens de a despedir.” João não percebia de onde vinha todo aquele rancor contra Andreia, mas tinha sido posto numa situação delicada, encostado contra a parede, estava num beco. Teria de despedir Andreia, se possível ainda hoje, na intenção de seu pai. Continua...

sexta-feira, janeiro 20, 2006

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Hoje vou interromper a novela que tem vindo a ser desenrolada neste blog. É engraçado que só reparei que estava a escrever uma novela quando a Bastet o referiu. É só mais uma prova que o óbvio quando nasce não é para todos. Mas a realidade é essa mesma, é uma novela. A princípio era só mais uma história rápida, mas as partes foram-se acumulando, e para dizer a verdade não sei ainda por quantas partes mais se estenderá. Sei como se irá desenrolar a história e sei como vai acabar. Já tenho na cabeça o último capítulo, agora só me falta encher o entremeio. Esta é mais uma das facetas que este blog me ajudou a descobrir de mim mesmo. A necessidade que sinto de reflectir sobre o actos banais. Neste blog são frequentes as reflexões sobre o acto de existir bem como o acto de escrever, bem como o acto de bloggar, etc. Serve o post de hoje como um pensamento dito em alta voz sobre este acto de “novelar”. Acho que nunca ou muito raramente mantive um frequentai de publicação como tem acontecido desde que iniciei esta novela. É claro que em muito tem contribuído o facto de estar a viver livre da influência da televisão. Quanto tempo terei eu desperdiçado em frente daquele aparelho penso eu tantas vezes enquanto estou a fazer coisas, que noutra situação teriam sido renegadas para segundo plano em detrimento da visualização de qualquer lixo televisivo passado em horário nobre. Acho mesmo que vou iniciar um movimento para banir do aparelho de televisão dos lares portugueses como estímulo para a economia. Afinal de contas, tornar-se-á uma causa nacional... É claro, que sem a televisão passei a ouvir muito mais rádio e tenho andado a descobrir que a rádio não está assim tão longe da televisão, senão vejamos. Rádio Renascença, desculpem-me mas nem me atrevo a seleccionar esta estação, tenho medo que a aparelhagem expluda por interveniência divina. Depois temos as grandes estações da informação/generalistas, TSF e Antena 1. Pois bem. Descobri que a TSF tem um programa diário que dura entre 2 e 3 horas composto somente de intervenções dos ouvintes para fazer comentário futebolístico. É incrível como se consegue arranjar assunto para quase 3 horas todos os dias só dedicadas ao tema futebol. É interessante ouvir 15 minutos, depois passa a ser enfadonho e monótono. A Antena 1 tem, quanto a mim, o melhor serviço informativo, mas depois quando começa a passar música, bem... lá mudo eu de estação. Depois vêm as rádios radicais. A Antena 3, naquela versão sempre jovem-radical sempre na onda para a qual já se perdeu a paciência. E depois a Antena 2. Sim eu gosto de música clássica e tudo, mas tanta e sempre e a toda a hora, Hum... também é demais. Por isso acabo sempre por meter um CD e deixar rolar... Não estou para enfardar com publicidade em cada 5 min. O que faz com que depois tenha de me “distrair” com algo mais, e pronto está feito.. Cá estou eu uma vez mais em frente ao computador a escrever um post ou a manipular fotografia (coisa que se há 1 ano me dissessem que o faria, no mínimo dava uma gargalhada de desprezo...). Por isso agora é frequente nas noites de insónia aparecerem-me mais e mais ideias para a escrita, para novelas ou simples pensamentos. Ao fim ao cabo, isto tudo funciona como um acto auto-estimulador (Eh, calma lá, não é nada disso que estão já a pensar..), que toma proporções cada vez maiores. Resumindo, se querem crescer, peguem fogo à televisão, mandem a aparelhagem pela janela fora e libertem-se, libertem-se através da escrita...

quinta-feira, janeiro 19, 2006

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Parte Sétima
O destino está nas acções das pessoas que as tomam. O destino pode ser visto como uma linha de acontecimentos que estão predestinados a acontecer. Às vezes essa linha torna-se tão óbvia que é impossível não ver o que se passará daí em diante. É mais uma vez óbvio que muitas vezes se prefere fingir que não se vê a linha, para assim se continuar até que a linha deixe de ser o horizonte para se tornar o aqui, o inegável aqui.
João e Andreia amavam-se. Não tinham ambos já qualquer dúvida disso. Não tinham dúvidas eles nem Liliana. Os seus olhares por si só eram denunciadores o bastante para que qualquer pessoa com o mínimo de discernimento o pudesse perceber. E Liliana estava bem alerta pelo que andava a congeminar. Na verdade foi Liliana que se apercebeu da linha do destino antes de todos os outros intervenientes. Liliana percebia que João se sentia atraído por ela, mas pouco mais que isso, não a amava, e muito menos a amava como amava Liliana. Mas para Liliana, João também não representava amor, nunca foi disso que tratou a relação deles, de um ponto vista prático. A união deles era perfeita mais num sentido feudal. A bem dizer, Liliana tão pouco se importava com quem João se deitava, ela própria não se poderia dizer inocente da palavra traição. No entanto as aparências exigiam que a ligação deles, da perspectiva social, fosse sólida e sem mácula e João estava demasiado apaixonado, de tal modo que ela receava por ele que fosse ao ponto de cometer uma loucura, por isso começou a tomar as devidas providências, e a primeira foi ir falar com o pai, o pai de João, o todo-poderoso.
Liliana foi muito contida e, acima de tudo, cordial. Mas não poupou o pai de João aos pormenores do que se estava a passar entre ele e Andreia. Mostrou que estava desolada e que não sabia como lidar com o que se estava a passar. Que tinha vindo falar com ele porque este seria a pessoa que, no seu entender, a melhor poderia compreender e, como sendo pai de João, o poderia aconselhar de modo a resolver toda esta situação. No entanto, dissimuladamente mas sem sombra para dúvida, Liliana fez ver ao pai de João o que este e o seu império teria a perder com a possibilidade de divórcio entre eles e de como não estava disposta a abdicar de nada do que tinha direito. Disse isto simulando até uma pequena crise de histeria, para que o pai de João pensasse que ela o estava a dizer devido ao calor do momento, mas disse-o para que ele soubesse até que ponto estava disposta a ir. No final, o pai de João sabia que não podia permitir que o seu filho lhe estragasse o que tanto lhe tinha custado a construir e mesmo ali decidiu que, de qualquer maneira, teria de resolver este problema. Tinha de ter uma conversa séria com o seu filho João, o seu único filho, o herdeiro de todo o seu império.
Continua....

terça-feira, janeiro 17, 2006

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Parte Sexta
É claro que era inevitável. Todos os actores daquela cena o sabiam. Talvez Andreia estivesse ainda um pouco esperançada que pudesse escapar ao turbilhão que sabia estar a aproximar-se. Mas no final de contas, era inevitável. Ela sentia dentro de si crescer algo que era indomável... Aquele encontro furtivo na sala com João não foi singular, muito longe disso. Tornou-se plural de tal forma que já não havia um número na cabeça de Andreia ou João que pudesse definir as vezes que se tinha repetido. Apesar da sombra de Liliana rondar sempre, os encontros aconteciam. Ora curtos e inesperados, ora longos e previamente combinados. João justificava-se perante Liliana dizendo que não se passava nada, somente que ele e Andreia tinham gostos comuns e que era bom, de vez em quando, descontrair do todo o stress do trabalho, falando com alguém sobre algo que tanto o apaixonava, os livros. Liliana não abordava directamente este tema com Andreia, mas fazia-lhe insinuações mordazes. Por vezes poder-se-ia ouvir dizer como que para o ar: “Grandes livros podem-se tornar em verdadeiros tormentos”. Era este o ambiente em que certa altura se vivia naquela casa. Mas mesmo assim aconteceu. Aconteceu porque já nada o podia precaver, todos o sabiam, só restava saber como iriam lidar com tudo isto. Era uma noite de calor e João e Andreia estavam na varanda a apanhar o ar fresco da noite e conversavam como já era habitual. Andreia estava ainda mais irresistível do que habitual, ou então era o desejo de João que crescia de tal modo que o não já conseguia dominar. João admirava a maneira suave como o vestido roçava na pele das pernas de Andreia. Como podia ver nitidamente os contornos do peito de Andreia que sobressaiam sobejamente no seu vestido. Sentiu que tudo no seu corpo se estava a transformar em desejo, num desejo que era fogo. Naquela noite Liliana não estava em casa, tinha ido a casa dos pais devido a um achaque da mãe. João não fora justificando-se o descanso requerido para um amanhã cheio de compromissos. E achavam-se assim, João e Andreia, sozinhos em casa, inesperadamente olhando-se nos olhos. Ainda não sabiam mas já tinham atravessado o ponto de não retorno. As suas cabeças aproximaram-se, e no momento seguinte beijavam-se... Para ambos pareceu que o tempo tinha parado, não queriam que aquele beijo terminasse. Sabiam que depois daquilo tudo seria diferente, especialmente para eles mesmos. Sabiam agora que se confirmava aquilo que eles sempre tentaram esconder dos seus próprios seres, amavam-se, só não sabiam com que intensidade...
Continua...

quinta-feira, janeiro 12, 2006

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Parte Quinta
Nenhum dos dois resistiu somente àquele encontro singular. Ambos puderem sentir que tinham afinidades comuns, sentiram-se bem na companhia um do outro e por isso, esse encontro foi-se repetindo até se tornar num hábito. Claro é que um dia haveria Liliana de os encontrar na sala em amena conversa conduzida ora por um ora por outro. Ao princípio Liliana não conseguia perceber o que se estava a passar. Mas Liliana era mulher e do seu instinto surgiu de imediato um sinal vermelho. Na presença de Andreia Liliana mostrou-se toda cordial e até afável, no entanto quando apanhou João no privado do quarto bombardeou-o com perguntas e questiúnculas acerca daquele encontro que, como ficou a saber para maior espanto, eram já encontros, tantos que João não lhe conseguiu dar um número que ela exigia, para poder avaliar o grau da ameaça que lhe pendia sobre a cabeça. João tentou acalmá-la dizendo que aqueles encontros na sala eram completamente inocentes, que não existia razão para Liliana estar a fazer toda aquela tempestade. Mas Liliana não se conformava. A primeira vontade que teve foi de despedir Andreia. Esse foi o seu primeiro impulso, mas com o silêncio da noite esta ideia começou a perder contornos para dar forma a outras ideias, muito mais proveitosas no seu entender. Pela manhã, enquanto se maquilhava, já tinha tudo delineado. Andreia era super eficiente naquilo que fazia, poderia ser ainda mais e Liliana tencionava forçá-la a isso sob as insinuações de um pretenso caso com o patrão, escândalo demasiado grande para que Andreia o pudesse suportar socialmente. Assim começou uma nova fase no quotidiano daquela casa. Liliana começou a forçar Andreia a trabalhar cada vez mais: Nas recepções tudo era responsabilidade de Andreia. Liliana fazia questão de a avisar, como que distraidamente, um bocado em cima da hora. Poder-se-ia ouvir Liliana a dizer a Andreia como que um lamento: - Não sei como isto me pode acontecer, mas amanhã o Sr. Embaixador vem jantar cá a casa. Bem sei que é o seu dia de folga, mas se não se importasse tratava disso. Andreia condescendia, e tratava de tudo, muitas vezes em função de um enorme esforço da sua parte, que podia ir de não poder tomar uma refeição completa até passar a noite em claro. No entanto, para desagrado de Liliana, João e Andreia continuavam a encontrar-se, mais esporadicamente é certo, mas continuavam a alimentar qualquer coisa que nenhum dos dois ainda conseguia explicar. Continua....

quarta-feira, janeiro 11, 2006

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Parte Quarta
Era Verão.
Andreia usava um vestido leve que quando ela estava sentada subia um pouco até acima dos joelhos. Ela estava sentada de perna cruzada, posição que tomava informalmente para ler. Esta posição acentuava a beleza das pernas permitindo perceber-se que estas eram curvilineamente sedutoras. João sentou-se no sofá ao lado do de Andreia e começaram a falar sobre trivialidades. Durante a conversa Andreia sentiu o olhar de João a posas nas suas pernas, num gesto instintivo, retraiu-se. Foi um gesto quase imperceptível, mas que João notou, fazendo-o aperceber do que se estava a passar. Ele riu: - Peço imensa desculpa, mas estava somente a procurar ver o título do livro. Andreia olhou para o livro que tinha posado no regaço e percebeu de imediato o que se tinha passado. João olhava para o livro enquanto o seu instinto feminino lhe dizia que estava a ser avaliada. Ela respondeu também com um sorriso levantando de imediato o livro dizendo – É “O Fio da Navalha” do Somerset Maugham. - Também gosta de Maugham? – Perguntou João nitidamente curioso. - Gosto muito Sr. Dr. - Andreia por favor, vamos fazer um trato. Trate-me por João e eu dou-lhe acesso à minha biblioteca onde poderá encontrar todos os livros do Somerset Maugham. O que me diz? - Sr. Dr.... quer dizer... João, quem poderia resistir a uma proposta dessas. - Então está combinado. Com isto João levantou-se, gesto imediatamente imitado por Andreia. - Deixe-se estar. Eu vou andando. Gostei muito deste bocadinho, costuma parar por aqui a estas horas? - Quase sempre. Aproveito este silêncio para desfrutar um pouco da leitura antes de me deitar. - Então quando tiver insónias já sei onde me poderei refugiar. Boa noite Andreia. - Boa noite Sr..., João

segunda-feira, janeiro 09, 2006

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Quando o lado branco escasseia, é ao lado negro que se vai buscar energia...

quarta-feira, janeiro 04, 2006

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Dêem-me chocolate...

Dêem-me café...

E eu fico concretizado...

segunda-feira, janeiro 02, 2006

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Ora aí vamos nós por 2006...