Bento versus Maomé versus Mozart

Pois é, cá vem o raio da actualidade de novo. Acho mesmo que me vou dedicar a isto por completo e pronto, evito sempre de andar com este problema de consciência (seja lá o que isso for).
Portanto, fica desde já declarado que não terei mais problemas de consciência em escrever sobre actualidade. Agora só espero que isto não se transforme num Abrupto...
O tema? Ora já se está a ver, esta desgraça que nos assola que são as ofensas muçulmanas relativas ao modo de ser Europeu... Vamos lá então...
Bom, começo desde já por dizer que não aprecio este papa nem pouco mais ou menos sou religioso (como já se deve ter reparado), por isso estou acima de qualquer suspeita quando escrever aquilo que se vai seguir...
Bom, o papa foi à sua terra natal e numa universidade onde já tinha sido feliz decidiu dar um seminário. Nesse seminário o papa (quanto a mim longe de ter sido algo acidental, o papa é inteligente demais para se deixar cair num acidente destes) entre outras coisas, cita uma conversa onde se discute a violência da religião fundada por Maomé, e vai daí e refere-se o facto de a malta muçulmana gostar da espadeirada (a sério que a palavra espada foi referida). O papa antes de mais é um europeu, e embora seja papa e lhe seja aconselhada prudência nas suas "homilias", acho que o senhor deve ter o direito à liberdade de expressão como qualquer outro cidadão. Ora os outros, os muçulmanos, não gostaram nada desta referência e vai daí revoltam-se contra tudo o que é católico. A título de exemplo, só na Cisjordânia sete igrejas católicas foram atacadas, para não falar das ruidosas manifestações de rua. Tudo isto culminou com a morte de uma freira italiana, a irmã (minha não era de certeza...) Rosa Sgorbati.
Bom, afinal o que andam estes senhores a gritar pelas ruas? Basicamente resume-se a isto: «O papa que desminta e peça desculpa por dizer que nós somos violentos ou nós damos-lhe cabo do canastro...». Bom, isto é tão ridiculamente paradoxal que nem merece comentário. Agora o que já merece comentário é isto. Nós cá na Europa (sim, porque por mais infeliz que seja é neste ponto que as coisas começam a estar) temos o hábito (que tão árdua foi a sua conquista) de dizer aquilo que pensamos sem que tenhamos de ter medo que a seguir nos dêem um tiro por isso, faz parte da nossa cultura sermos assim, o que se há-de de fazer? É algo que é intrínseco à nossa formação humanista – dizer e discutir-se acerca do que se pensa. Por outro lado existe outro tipo de cultura que não é bem assim e que choca com a nossa cultura europeia. Até aqui tudo bem, isto de culturas, cada um tem a sua e quem quiser conhecer e tentar compreender mais sobre o mundo, tem todo direito, quem não quiser.... Agora que se queira impor à nossa cultura preceitos de outras, isso é que já me faz ter comichão. Se alguém que ser respeitado, deve dar o exemplo. Isto tudo não passaria de uma discussão académica a não ser quando se passam coisas como o que aconteceu em Berlim. Para esta semana estava marcada a estreia em Berlim de uma das óperas de Mozart – Idomeneo. Acontece que nesta ópera a certa altura Idomeneo, rei de Creta, exibe as cabeças de Poseidon (deus grego dos mares), de Jesus, de Buda e de Maomé. Sublinhe-se que que aparecem QUATRO cabeças, cada uma representando a sua religião. O que aconteceu? A ópera foi cancelada por ameaças provenientes da facção muçulmana (leia-se a facção representada pela cabeça de Maomé, e ainda bem que não foram os budistas, senão tínhamos os Chineses todos à perna, e esses são mais que as mães).
Ora isto começa a ser completamente inaceitável. Não nos podemos anular face à ignorância estúpida de alguns. Os direitos dos europeus face ao mundo passam pelo seu modo de pensar e estar, e como penso já ter referido aqui aquando do episódio das caricaturas, e citando alguém – «Se eles se sentem ofendidos, eu sinto-me ofendido com a ofensa deles». Se hoje os muçulmanos, que dizem estar a defender a sua cultura, nos impedem de ouvir/ver Mozart, qual será o final deste caminho? Algo tem de ser feito, algo tem de ser feito de modo a mostrar inequivocamente que não estamos dispostos a abdicar dos nossos princípios. Agora resta saber o quê? Alguém tem alguma sugestão?

Pois é, cá vem o raio da actualidade de novo. Acho mesmo que me vou dedicar a isto por completo e pronto, evito sempre de andar com este problema de consciência (seja lá o que isso for).
Portanto, fica desde já declarado que não terei mais problemas de consciência em escrever sobre actualidade. Agora só espero que isto não se transforme num Abrupto...
O tema? Ora já se está a ver, esta desgraça que nos assola que são as ofensas muçulmanas relativas ao modo de ser Europeu... Vamos lá então...
Bom, começo desde já por dizer que não aprecio este papa nem pouco mais ou menos sou religioso (como já se deve ter reparado), por isso estou acima de qualquer suspeita quando escrever aquilo que se vai seguir...
Bom, o papa foi à sua terra natal e numa universidade onde já tinha sido feliz decidiu dar um seminário. Nesse seminário o papa (quanto a mim longe de ter sido algo acidental, o papa é inteligente demais para se deixar cair num acidente destes) entre outras coisas, cita uma conversa onde se discute a violência da religião fundada por Maomé, e vai daí e refere-se o facto de a malta muçulmana gostar da espadeirada (a sério que a palavra espada foi referida). O papa antes de mais é um europeu, e embora seja papa e lhe seja aconselhada prudência nas suas "homilias", acho que o senhor deve ter o direito à liberdade de expressão como qualquer outro cidadão. Ora os outros, os muçulmanos, não gostaram nada desta referência e vai daí revoltam-se contra tudo o que é católico. A título de exemplo, só na Cisjordânia sete igrejas católicas foram atacadas, para não falar das ruidosas manifestações de rua. Tudo isto culminou com a morte de uma freira italiana, a irmã (minha não era de certeza...) Rosa Sgorbati.
Bom, afinal o que andam estes senhores a gritar pelas ruas? Basicamente resume-se a isto: «O papa que desminta e peça desculpa por dizer que nós somos violentos ou nós damos-lhe cabo do canastro...». Bom, isto é tão ridiculamente paradoxal que nem merece comentário. Agora o que já merece comentário é isto. Nós cá na Europa (sim, porque por mais infeliz que seja é neste ponto que as coisas começam a estar) temos o hábito (que tão árdua foi a sua conquista) de dizer aquilo que pensamos sem que tenhamos de ter medo que a seguir nos dêem um tiro por isso, faz parte da nossa cultura sermos assim, o que se há-de de fazer? É algo que é intrínseco à nossa formação humanista – dizer e discutir-se acerca do que se pensa. Por outro lado existe outro tipo de cultura que não é bem assim e que choca com a nossa cultura europeia. Até aqui tudo bem, isto de culturas, cada um tem a sua e quem quiser conhecer e tentar compreender mais sobre o mundo, tem todo direito, quem não quiser.... Agora que se queira impor à nossa cultura preceitos de outras, isso é que já me faz ter comichão. Se alguém que ser respeitado, deve dar o exemplo. Isto tudo não passaria de uma discussão académica a não ser quando se passam coisas como o que aconteceu em Berlim. Para esta semana estava marcada a estreia em Berlim de uma das óperas de Mozart – Idomeneo. Acontece que nesta ópera a certa altura Idomeneo, rei de Creta, exibe as cabeças de Poseidon (deus grego dos mares), de Jesus, de Buda e de Maomé. Sublinhe-se que que aparecem QUATRO cabeças, cada uma representando a sua religião. O que aconteceu? A ópera foi cancelada por ameaças provenientes da facção muçulmana (leia-se a facção representada pela cabeça de Maomé, e ainda bem que não foram os budistas, senão tínhamos os Chineses todos à perna, e esses são mais que as mães).
Ora isto começa a ser completamente inaceitável. Não nos podemos anular face à ignorância estúpida de alguns. Os direitos dos europeus face ao mundo passam pelo seu modo de pensar e estar, e como penso já ter referido aqui aquando do episódio das caricaturas, e citando alguém – «Se eles se sentem ofendidos, eu sinto-me ofendido com a ofensa deles». Se hoje os muçulmanos, que dizem estar a defender a sua cultura, nos impedem de ouvir/ver Mozart, qual será o final deste caminho? Algo tem de ser feito, algo tem de ser feito de modo a mostrar inequivocamente que não estamos dispostos a abdicar dos nossos princípios. Agora resta saber o quê? Alguém tem alguma sugestão?