pensamentos correntes, pensamentos pendentes

sexta-feira, setembro 30, 2005

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Kurt Schwitters
Spring Picture


Política e Arte...

Na sua última crónica da Visão, António Mega Ferreira discorre cobre um tema interessante: Duas visões da cultura. Nem mais nem menos do que as diferentes visões políticas sobre a arte. É engraçado ler acerca da visão da esquerda e da direita sobre a arte. Eu não sou nada de políticas, aliás acho que é um mal necessário à democrcia, sistema que julgo estar longe da perfeição, mas ainda assim o melhor sistema que conheço.

Então o que Mega Ferreira conclui é que a enquanto a direita tem uma visão mais conservadora da arte, ou seja, preferem preservar o tradicional e afastar-se de novas correntes artísticas, a esquerdo pelo contrário, aposta em tudo o que rompe com a tradição. É claro, muitos movimentos artístico morrem à nascença, mas é a partir desse turbilhão artístico que surgem os movimentos que amanhã serão considerados tradicionais.

Dada esta breve apresentação das posições políticas face aos movimentos artístico, importa agora dissertar um pouco...

Posso não perceber muito de política, mas dada a posição firmada pela direita vê-se facilmente que a posição da direita é paradoxal a roçar o absurdo. A aposta na tradição elimina a inovação de hoje e a tradição de amanhã. Ou seja, uma aposta continua no que é tradicional faria estagnar o movimento artístico, cuja base é a ruptura com o que é tradicional para assim poder desbravar novos mundos.

Assim é-me fácil estabelecer um preferência por um dos movimento, pelo menos face ao movimento artístico. Eu sou pela inovação, pelo progresso e pela tentativa de melhorar o que temos hoje... Por isso, artisticamente, sou de esquerda...

segunda-feira, setembro 26, 2005

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Afinal, sempre temos homem....

terça-feira, setembro 20, 2005

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Hoje, um brinde à beleza


Botticell, pois claro...


quarta-feira, setembro 14, 2005

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Liberdade
versus Determinismo versus Princípio de Heisenberg

Um dia destes surgiu-me uma ideia, vamos ver se consigo transmiti-la, pois acho-a verdadeira e por isso mesmo, bela. É claro que não quero com isto dizer que toda a verdade seja bela, mas por outro lado parece-me que toda a beleza está de alguma forma ligada à verdade.
Uma das grandes questões que muitas vezes aflige a mente humana é até que ponto o ser humano poderá ser livre. Em oposição a uma liberdade completa existe sempre a ideia de um pré-determinismo que pode surgir de várias formas, quanto a mim todas criadas pelo Homem, por exemplo as entidades divinas que regulam a vida terrena do Homem quer sejam elas religiosas ou astrológicas ou, por outro lado, um determinismo científico em que se pressupões que pelo conhecimento das leis físicas se poderá determinar todos os passos, como se de um jogo de bilhar se tratasse.
É claro que todas as formas de determinismo roubam, de uma certa forma, a ideia de liberdade que o Homem possui. Por exemplo, se eu souber que o meu destino está neste momento completamente traçado sinto que estou completamente privado da minha liberdade, de uma possível capacidade de poder ser eu a escolher o caminho por onde poderei ir. É claro, que esta ideia leva rapidamente ao conformismo com todas as consequências inerentes.
Desta forma a questão que surge é: Sou ou não livre? Existe ou não determinismo? A existir esse determinismo, será que é um determinismo total? Ou haverá alguma forma de se lhe escapar? Se existir alguma maneira de escapar a esse determinismo, até que ponto será esse determinismo determinante? (desculpem a redundância...)

Vamos tentar responder a estas questões utilizando o caminho mais fácil, para que possamos escapar a alguma possível falácia... Vamos abordar a questão do determinismo físico, ou seja, o conhecimento de todas as leis físicas que regem o Universo (não vou entrar nas leis que regem, por exemplo, o comportamento humano, mas acho que as mesmas conclusões que irei tirar se poderiam aplicar da mesma forma...).
Há uns tempos publiquei neste mesmo blog a crença mais forte que tenho, o da limitação humana, ou seja, que o Homem jamais poderá conhecer tudo pois é limitado demais para isso. É claro que se pode argumentar: “Mas o Homem não pára de conhecer e descobrir coisas todos os dias.” Ou ainda: “Já pensaste nas coisas que se descobriram só nos últimos 100 anos?” Pois bem, receio que o que se descobriu pela Humanidade até agora não seja mais que uma ninharia comparado com aquilo que ainda estará por descobrir e conhecer. A minha crença passa pela impossibilidade de o Homem, ou pelo menos um homem, poderá alguma vez conhecer todas as regras que regem o Universo, isto caso o Universo seja regido por regras, pois este conceito é muito Humano.

Por exemplo, Newton descobriu as leis com que se pode determinar as trajectórias dos planetas. Muito bem, mas os planetas não sabem nada dessas leis. O que Newton fez, foi criar, foi descobrir modelos matemático-físicos que se adaptam àquilo que acontece na Natureza.
No meio desta discussão determinismo vs liberdade surgiu no sec. XX uma noção que não pode deixar de ser tomada em conta; o Princípio da Incerteza de Heisenberg, que é algo tremendamente simples, o Homem não pode saber com exactidão a velocidade e a posição de uma partícula subatómica. Uma, só uma partícula subatómica, como é por exemplo um electrão, está meu ver, na proporção da massa total do Universo como o conhecimento total obtido pela Humanidade até agora comparado com o conhecimento total. Ou seja, poderá até haver um determinismo moldado por leis físicas, no entanto, devido à nossa limitação intrínseca, ser-nos-á de todo impossível aceder alguma vez a esse conhecimento, impedindo o Homem de se declarar conhecedor de um possível determinismo moldado por essas leis. Ou seja, uma vez que o Homem não pode aceder ao determinismo, no caso de existir, da perspectiva do Homem esse determinismo nunca poderá existir, pelo menos de um modo objectivo. No meio da nossa limitação (ignorância) somos livres, para sempre libertos de um determinismo, pelo menos de visão ampla e concreta. Então, por redução ao absurdo (é um dos meus métodos de dedução preferidos), o deteminismo não existe para o Homem, permitindo que este seja livre e que possa ser responsabilizado pelas suas decisões.

terça-feira, setembro 13, 2005

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Declaro oficialmente encerrada a fase Vettriano

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Pôde-se assistir ontem, na RTP1, a mais uma emissão do programa Pós e Contras dirigido pela a apresentadora Fátima campos Ferreira, enquanto nos canais concorrentes passavam as fastidiosas novelas. Ontem a discussão era de muito interesse, a corrupção que grassa no poder autárquico. Não sei se foi tudo encenado, não sei se o progama é permeável a lobbys de pressão, mas, aparentemente, pareceu uma discussão sincera com o intuito de esclarecer as pessoas quanto a esta questão que a todos deveria preocupar.

Já dei voltas à cabeça e não consigo encontrar outro programa que preste tanto serviço público como este.

Parabéns Fátima

segunda-feira, setembro 12, 2005

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"Se recuarmos ao começo, veremos que a ignorância e o medo criaram os deuses; que a imaginação, o entusiasmo ou o embuste os adornou ou desfigurou; que a fraqueza os venera; que a credulidade os preserva; e que os costumes, o respeito e a tirania os apoiam, a fim de fazer com que a cegueira dos homens atenda aos seus interesses."

Barão d'Holbach, "Système de la Nature"

sexta-feira, setembro 09, 2005

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"Heresy is another word for freedom of thought. "....
Graham Greene

quinta-feira, setembro 08, 2005

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Filho de peixe sabe nadar...


Então não é que ontem a Sra. mãe do Sr. Bush (presidente da maior potencia mundial) fez declarações à imprensa acerca dos últimos acontecimentos de Nova Orleães...? E para dizer o quê?

Passo a citar:

"...o que aconteceu até foi bom para os habitantes de Nova Orleães, pois como são pessoas muito pobres, decerto que não têm problemas em se adaptar a este estilo de vida de estarem acampados em estádios de futebol..."

Por esta linha de pensamento ainda um dia a ouviremos dizer:
"A guerra no Iraque até foi boa, porque as pessoas que lá vivem são tão pobres que até é um favor tirar o petróleo de lá e deixar-mos as pessoas morrerem todas..."

segunda-feira, setembro 05, 2005

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Afinal o povo que se pensa soberano também sofre de terceiro mundismo, bastou o vento para o demonstrar...