pensamentos correntes, pensamentos pendentes

sábado, junho 25, 2005

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Já sairam...



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Preparem a prancha pois vem aí mais uma onda de gnosticismo.

quarta-feira, junho 22, 2005

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Quem disse que um relógio só serve para mostrar as horas?


"Love with you is like heaven in hell"

segunda-feira, junho 20, 2005

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Levanto-me. Tomo o pequeno-almoço falando com alguém que me responde num ingles temperado com sons latinos, da America do Sul. À ida para o local de trabalho vou na conversa com alguém que emprega um sotaque russo à conversa. No trabalho falo com alguém que me responde num inglês impecável denunciando a sua origem britânica. Ao almoço discuto geografia com um Filipino para depois lanchar com uma italiana. Ao jantar um sueco diz-me que gosta de comida portuguesa. Estou rodeado por todo o mundo, pelos os mundos que as pessoa transportam consigo. Num espaço de meia hora posso falar com pessoas que representam todos os continentes. É fantástico. Tem-se a noção de que todo o mundo está ao nosso alcance. Porque quem faz o mundo, quem desenvolve a cultura são as pessoas. É engraçado ver contraste provocado por um sueco a conversar com um preto. Ou o carinho com que uma italiana e uma boliviana se abraçam. É uma mistura do mundo todo. Chega a dar a sensação que existe esperança afinal.
Como vou sentir saudades disto…

sexta-feira, junho 17, 2005

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Adoro fotografia e para quem ainda desenha as casas como sendo um quadrado com dois quadrados no interior representado as janelas e um rectângulo mais abaixo representando a porta, a fotografia é a única forma de arte que me está acessível. Mas o que mais me apaixona na fotografia é a possibilidade de podermos congelar momentos que só nós vemos. Quantas vezes vemos uma foto de um local, de um pormenor de algo que vemos todos os dias e de súbito e reparamos em algo que sempre nos escapou?
A magia da fotografia é isso mesmo. Um olhar sobre o olhar, um olhar sobre o modo de olhar.
Hoje aproveito para apresentar alguém que fazia isso como poucos, era francês e morreu no ano passado e é um dos meus fotógrafos preferidos...

Henri Cartier-Bresson



Se não virem imagem cliquem aqui

sexta-feira, junho 10, 2005

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Hoje acordei com o sol a bater-me na cara, como nos últimos tempos tem sido hábito e lembro-me de pensar: Merda para tanta lamechice….
Traições, desamores, encontros e deencontros estão sempre a acontecer. Escrever sobre isso faz lembrar as novelas mexicanas.

quarta-feira, junho 08, 2005

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Ando muito procupado com este blog. Então não é que o ultimo post é de 18 de Maio? Ora, isso já faz com que não coloque um post novo há mais de duas semanas. É claro que isso me preocupa. É assim que começa a morte do blog. Começa-se a deixar de publicar, depois o tempo vai passando até que por fim cai no esquecimento. E isso até pode acontecer um dia com este blog, mas não irá ser agora. Não o vou permitir….
Comecei a rebuscar os meus pensamentos, na minha imaginação, nas histórias que fui ouvindo das pessoas que me rodeiam, em argumentos de livros e começou a criar-se algo, uma história, um enredo, uma moral….

Ele convidiou-a para sair.
Ela aceitou.
Ela sabia que não devia, mas andava muito stressada com toda a carga de trabalho que tinha em mãos e precisava de arejar…

Ele estava lançado na carreira, embora ainda estivesse no início tinha-se já a certeza que não iria ter problemas no futuro, pelo menos em termos monetários.
Ela também estava no início da sua carreira embora numa situação mais frágil que a dele. Rondava os trinta. Ele era um pouco mais velhor. Por esta altura começava a abater-se sobre ela uma melancholia motivada pelo relógio biológico, Começava a ansiar por uma vida estável. Claro que o velho sonho de uma família feliz tornava-se agora mais premente. Ela namorava desde há longa data, mas tinha uma vida desencontrada com a do namorado. Ela adorava-o mas estava a começar a perder a paciência. O tempo passava, não dava tréguas e ela queria mudar de vida, queria ter a vida com que sempre sonhou. Queria casar, ter uma casa, viajar, agora que estava a começar a ter uma vida estável. Mas ele andava sempre pelo mundo fora devido aos seus compromissos profissionais, devido à carreira que ele escolheu.

Ali estavam os dois. Ela achou-o subtilmente interessante. Foram jantar fora a um restaurante da moda. O vinho foi amolecendo as barreiras que ainda se levantavam entre os dois. Aos poucos e poucos ele foi conseguindo arrancar algumas coisas dela e por fim acabou ela a lamentar-se.

De seguida ele propos-lhe um passeio à beira mar. Ela hesitou. Ele insistiu, disse que estavam mesmo a precisar depois daquele jantar e que a noite estava de feição. Havia uma lua grande no céu. Ela estava apreensiva mas acabou por aceitar.
Caminhavam junto da zona da rebentação. Conversavam acerca de banalidades. Ele fazia gracinhas com ela e ela, sorria…
Chegaram a um ponto que pararam para ele lhe mostrar uma pedra que estava na areia. Baixaram-se os dois para ver melhor. Ele pegou na pedra e deu-lha. Tocou-lhe nas mãos enquanto a olhava directamente nos olhos. A distância entre as suas faces começou a decrescer culminando num beijo fatídico. Ela não ofereceu resistência, simplesmente deixou-se levar.

É claro que depois do beijo ele ficou toda preocupada. Não, isto não pode acontecer. Eu amo o meu namorado. Não….

Dois dias depois voltaram a encontrar-se. Acabaram na cama dessa vez.

Duas semanas depois disto chegou o namorado. Ela recebeu-o, mas já de maneira diferente. Ele percebeu de imediato, conhecia-a demasiado bem, mas fez de conta que nada se passava. No dia seguinte já tudo estava acabado entre eles. Ele ainda completamente aturdido com o que se passava. Ela com um misto de alívio e de vazio. Tinham sido muitos anos. O certo é que ainda gostava dele, mas não podia continuar assim…

Passado um mês ele decidiu ir viver para uma grande capital europeia. Ela continuou naquela capital. Passados seis meses casou com o seu novo namorado. Não gostava tanto dele como do seu namorado viajante, mas agora era mais feliz. Compraram uma casa no centro da cidade. Encontravam-se à noite depois dos estenuates dias de trabalho. Por vezes mal se falavam. Ficavam longos periodos em silência numa à media luz em frente à televisão.

Por vezes ela ainda se lembrava dele. Questionava-se se tinha tomado a decisão certa. Mas o tempo foi passando e o tempo acaba por resolver tudo.

Desde que romperam nunca mais se viram, nunca mais falaram, mas sabem da ambos existem, sabem que poderia ter sido diferente.