pensamentos correntes, pensamentos pendentes

segunda-feira, janeiro 31, 2005

|

Se estamos num tempo de politiquices, falemos então de política.

No semáforo:

Andava eu nas minhas voltas habituais quando parei num semáforo vermelho. Nada demais não fosse um autocolante que estava colado no dito semáforo que rezava assim: “Vote em branco”. Não era uma coisa feita à mão, era mesmo um autocolante produzido para aquele efeito, fazer publicidade ao voto em branco. Quando olhei para o semáforo do outro lado verifiquei que este também estava catalogado com um autocolante semelhante. Verifiquei então que uma outra campanha eleitora estava a decorrer quase sem ninguém dar conta. A campanha pelo voto em branco. Afinal o Saramago lá conseguiu abanar algumas consciências (para mais informações ler o seu último livro “Ensaio sobre o lucidez” que tão bem se enquadra nesta época política).

Após ver aquele autocolante pensei numa discussão que tinha tido há pouco tempo acerca do voto em branco quando alguém me dizia que votar em branco era somente concordar com os resultados eleitorais que saíssem das eleições. Ao ouvir isto tomei conta o quão errada anda a percepção das pessoas acerca do voto em branco, pelo que tive de esclarecer: “Quem se abstém, quem deixa de votar para aproveitar o dia para ir à praia, esses sim estão-se a marimbar para os resultados eleitorais e para a relevância de viverem num país onde podem escolher através do acto eleitoral aqueles que os vão governar. O voto em branco tem outra finalidade, outro objectivo. O voto em branco diz que nenhum daqueles que se estão a candidatar para serem eleitos satisfaz, nenhum merece a confiança para lhes ser dado o rumo do país”. Essa é a mensagem do voto em branco.

2) Banqueiro Anarquista -livro de Fernando Pessoa que aconselho vivamente:

O anarquismo é outro conceito que muitas vezes é completamente deturpado pelas mentes menos despertas. O anarquismo não é a adopção da falta de ordem como sistema político, muito pelo contrário, é a responsabilização individual pelos seu direitos e (principalmente) deveres sociais. É a fuga da armadura das convenções sociais que nos tiram a liberdade pela liberdade de escolha e pelo assumir da respectiva responsabilidade. Mas para quê gastar mais palavras. Vou recorrer às palavras do próprio poeta para descrever de forma mais concisa o que é, afinal, uma anarquista:

«O que é um anarquista? É um revoltado contra a injustiça de nascermos desiguais socialmente – no fundo é só isto. E daí resulta, como é de ver, a revolta contra as convenções sociais que tornam essa desigualdade possível» Se nascemos iguais, porque não poderemos ser todos iguais socialmente?

foto por Barão d'Holbster - Dec. 2004

Para breve a conclusão da série “Na cauda da realidade, sem medo...”

sexta-feira, janeiro 28, 2005

|

Capítulo Terceiro

Finalmente a Termodinâmica...

Tomo VI

4ª E ÚLTIMA PARTE

ALGUMAS QUESTÕES ELECTROSTÁTICAS

“A Natureza não sabe fórmulas.”

prof. V. M.



Achei que era conveniente apresentar aqui também algumas referências electrostáticas, mas como é lógico não as vou aprofundar, talvez para uma próxima vez.

Como já foi referido anteriormente, o Amor depende em muito de até que ponto nos sentimos atraídos por certa pessoa, então, pensei nas atracções electrostáticas, que passo a citá-las:

dipolo permanente - dipolo permanente;

dipolo induzido - dipolo permanente;

dipolo permanente - dipolo permanente.

De seguida passarei a explicar cada uma delas e a sua relação com a estabilidade numa relação que envolva Amor.

1) Dipolo permanente - Dipolo permanente => Este tipo de relação é feita entre pessoas que se completam uma à outra, em que a formação da relação foi construída num conhecimento profundo de ambas as personalidades, ou seja, as pessoas conhecem-se verdadeiramente, sabendo bem o que cada um quer da vida e enraizando o seu Amor nesse conhecimento.

2) Dipolo induzido - dipolo permanente => Raramente estas relações duram muito, pois é o caso em que um elemento da relação teve que modificar a sua personalidade para poder agradar ao outro elemento, ou por outro lado, no momento em que a relação começou um dos elementos, podia por alguma razão, não se estar a comportar de acordo com a sua personalidade. O que acontece normalmente nestes casos, é um princípio de relação completamente escaldante, mas aos poucos vai-se apoderando um esfriamento por parte do elemento dipolo induzindo até à asfixia da relação.

3) Dipolo induzido - dipolo induzido => Este tipo de relação pode dar para ambos os lados, porque depois de se descobrirem as personalidades dos dois elementos, um pelo o outro, tanto podem ser compatíveis dando origem a uma relação dipolo permanente - dipolo permanente duradoura, ou então não são compatíveis levando ao tão fatídico final.

Como é óbvio, este tipo de interacções, de uma maneira ou de outra, vão estar incutidas na entalpia e entropia que fazem variar a espontaneidade de uma relação.


quinta-feira, janeiro 27, 2005

|

Hoje é tempo para lembrar Auschwitz.
Porque há coisas que não podem cair no esquecimento...


segunda-feira, janeiro 24, 2005

|

NA CAUDA DA REALIDADE...

SEM MEDO...

Capítulo Terceiro

Finalmente a Termodinâmica...

Tomo V

3ª PARTE

ENERGIA LIVRE


“A Natureza é como é.”

prof. Liliana Ferreira

Chegámos finalmente ao enlace desta trama que envolve o Amor. Estamos agora em posição de poder relacionar todas as variáveis até aqui apresentadas e, de tirar uma grande conclusão final em relação a tudo isto.

A energia livre (dA) é um modo de se poder exprimir o critério de espontaneidade de uma relação. Então, como estamos a falar de energia podemos concluir as seguintes relações:

- dA <>

- dA > 0 A relação tem poucas possibilidades de ocorrer

-dA = 0 Estamos em presença de uma situação de equilíbrio, que vai dar lugar a uma situação que mais à frente passarei a explicar.

Explicação das relações anteriores:
Para poder explicar estas relações, terei outra vez de me valer da terceira lei termodinâmica, anteriormente referida. Se bem se lembram, a entropia é nula quanto a temperatura absoluta é também nula , ou seja, transpondo para a situação em questão temos o seguinte: se a entropia for nula, temos que o factor psicológico de uma relação nada conte para esta. Então só um factor é valido, a entalpia ou, no nosso contexto, o aspecto físico da relação.

Bem, após grandes estudos termodinâmicos que não vale a pena estar aqui a explicitar, partindo do principio referido no parágrafo anterior, consegui chegar, com a ajuda de grandes cientistas, como por exemplo Gibbs a uma relação que equaciona a entalpia e a entropia, que é descrita de seguida:

A = H - TS

Em que tem-se A (de Amor) como a energia livre, responsável pela espontaneidade da relação, H como sendo a entalpia responsável pelo aspecto físico da relação, T como a temperatura também com influência como já verifiquei atrás, e por fim temos S, representando a entropia que, por sua vez, representa o aspecto psicológico da questão.

A partir daqui, podemos formular as várias hipóteses para que uma relação seja espontânea e possa acontecer, ou por outro lado, aconteça o contrário.

Então, como já se verificou, para que uma relação seja espontânea A tem que ser menor que zero; para que isso se verifique, dada a equação atrás referida temos as seguintes condições:

Se H>0 e S>0 => A relação é espontânea a temperaturas elevadas.

- H>0 e S<0> A energia livre é sempre positiva. Logo a relação terá poucas hipóteses de permanecer durante muito tempo, qualquer que seja a temperatura.

- H<0>0 => A energia livre é sempre negativa. Logo a relação é muito provável de acontecer, qualquer que seja a temperatura.

- H<0 0 =""> A relação é espontânea a temperaturas baixas.

São nestas relações atrás referidas que está o segredo do Amor, pois quem conseguir descodificar em si próprio e no parceiro qual o estado de cada uma das variáveis, e poder determinar a sua energia livre, evitará de dar muitas “cabeçadas” em vão.

Mas, meus caríssimos amigos, nesta coisa a que nós chamamos vida, não serão as “cabeçadas” que nós damos o mais importante de tudo? Não serão essas “cabeçadas” que darão gosto pela vida?. Em boa verdade vos digo, serão todas essas “cabeçadas” que nos irão ensinar a determinar a respectiva energia livre, e por vezes, nem com a ajuda das “cabeçadas” nós poderemos determinar a energia livre, pois sem um sexto sentido, que eu acredito que todos temos um bocado - a intuição - nunca poderemos chegar à conclusão da espontaneidade de uma relação.

Cont.





terça-feira, janeiro 18, 2005

|

NA CAUDA DA REALIDADE...

SEM MEDO...

Capítulo Terceiro

Finalmente a Termodinâmica...

Tomo IV



a) processos espontâneos e entropia

Poderemos todos os dias observar processos espontâneos:

- A água de uma queda de água desce sempre ao longo de uma encosta. A água nunca sobe espontaneamente a encosta.

- O calor flúi de um objecto mais quente para o mais frio, mas o inverso nunca acontece de um modo espontâneo.

-Etc..

Contudo, a suposição de que um processo espontâneo provoca sempre a diminuição da energia é falsa pois não se verifica em alguns casos. Por exemplo, a água derrete acima dos zero graus centígrados espontaneamente ainda que o processo seja endotérmico, mas ocorre. Estes e muitos casos ocorrem, e a partir daqui podemos concluir que embora a exotermicidade (transferência de calor para o meio circundante) tenda a favorecer a espontaneidade da reacção, não a garante automaticamente, por isso é possível existirem relações endotérmicas e espontâneas, e relações exotermicas e não espontâneas. É por estas e por outras que torna necessária a existência de outro factor que controle o aparecimento do Amor, e esse factor é a entropia.

b) A segunda lei da termodinâmica

A entropia tem uma relação muito próxima com a espontaneidade e com isso surge a segunda lei da termodinâmica, que pode ser enunciada do seguinte modo: A entropia do Universo aumenta numa transformação espontânea e mantém-se constante numa situação de equilíbrio.

Chegou a altura de fazer a diferença entre duas coisas totalmente diferentes e que normalmente as pessoas têm tendência a confundir ou misturar uma com a outra, que são: o Amor e a paixão. - O Amor, em relação à entropia é aquela situação em que torna a entropia positiva, que, como veremos adiante, favorece a relação, enquanto que a paixão é o que torna a entropia negativa, que, também como veremos adiante, destrói a relação. Habitualmente tem-se tendência para confundir paixão com Amor, o contrário já é mais raro acontecer. Podemos ver a paixão como uma situação anormal de Amor, podendo esta levar ao Amor ou então o contrário, ao ódio, pois a paixão e o ódio são sentimentos muito próximos, e isso pode-se verificar com experiências nossas ou de colegas nossos. Ao contrário do Amor, em que o ódio nunca terá espaço para surgir entre duas pessoas que se amam, embora por vezes possam emergir sentimentos, a que nós por ignorância ou por ainda não existir um nome propício chamamos ódio.



c) As variações de entropia, terceira lei da termodinâmica e a entropia absoluta.

As relações podem tender para um aumento da entropia, ou, por outro lado, para a diminuição da mesma. O aumento da estropia numa relação é demonstrada pela permanente actividade de ambos os componentes do casal, uma interdependência um do outro fará que essa actividade seja uma constante do quotidiano; agora, quando acontece uma estagnação da relação, há consequentemente uma diminuição da entropia, e por conseguinte um “enjoo” da relação.

A terceira lei da termodinâmica vai-nos levar a outro factor muito importante numa relação (no Amor), a temperatura. Então a terceira lei diz-nos que:

A entropia de uma substância cristalina perfeita é nula ao zero absoluto de temperatura. Isto vem de encontro ao que já foi dito anteriormente, pois a “substância cristalina”, é uma estrutura muito certinha sem qualquer discrepância, apresentando-se aqui uma monotonia máxima, eliminando por completo aquela actividade a que me referi para que uma relação funcionasse.

d) A temperatura

A temperatura, parece ter uma importância que nos escapa à primeira vista, mas todos os dados que nos são apresentados nos dão a entender que o aumento da temperatura favorece as relações, senão vejamos:

- No verão, presenciamos um aumento acentuado de “amores” e “paixonetas”.

- Nas regiões mais quentes, a natalidade é em muito superior ao das zonas menos quentes.

- etc.



quinta-feira, janeiro 13, 2005

|

Interrompo a série "Na cauda da realidade sem medo..." por uma boa causa. Acontece que vai haver um encontro de bloggistas em Aveiro. Para mais informações, por favor dirijam-me a http://www.divasecontrabaixos.blogspot.com/ e apareçam...

quarta-feira, janeiro 12, 2005

|

NA CAUDA DA REALIDADE...

SEM MEDO...

Capítulo Terceiro

Finalmente a Termodinâmica...

Tomo III

a) Termoamor

Entre duas pessoas pode haver dois tipos de processos termoamorosos: os exoamorosos e os endoamorosos.

Nos processos exoamorosos, há um fluxo de calor para o meio envolvente e são estes os mais característicos das pessoas que se amam; outro tipo de termoamor, o endoamoroso, em que o fluxo de calor é transferido do meio envolvente para a relação entre essas duas pessoas, respeitando o princípio da conservação de energia.

As relações endoamorosas podem ser vistas como aquelas em que há um relacionamento físico não muito intenso, e para acontecer terá que se consumir energia (de notar que o consumo de energia está sempre associado a uma barreira, pois energia não é coisa que ande por aí à solta). Por outro lado, as relações exoamorosas, são aquelas em que fisicamente, tudo acontece naturalmente, sendo assim um processo que não precisa de energia para acontecer, podendo assim ocorrer a qualquer momento. Sendo totalmente independente, também são mais estável, o que dará origem a relações sólidas.

Mas temos que entrar em conta com um terceiro factor, a entropia.

Cientificamente é importante para constatações futuras definir o sinal que terão estes dois tipos de termoamor; então o exoamor terá sinal negativo e o endoamor terá sinal positivo. Os sinais serão facilmente compreendido se tivermos presente o conceito de variação (V), pois, a energia do meio ambiente antes da relação é menor do que depois da relação (no caso exoamooroso), fazendo VE = E ambiente (antes) - E ambiente (depois), obtemos grandezas negativas.


b) A primeira lei da termodinâmica

A primeira lei da termodinâmica baseia-se no princípio de energia. Esta lei diz que a energia pode ser convertida de uma forma noutra, mas não pode ser criada ou destruída ( reduzindo, Lei de Lavoisier, já que matéria=energia). Para se poder provar esta lei, dever-se-ia proceder a umas tantas experiências, mas todos conhecemos como é a ética , e se procedesse-mos a tais experiências, as comissões éticas cair-nos-iam em cima como leões, por isso teremos de acreditar como sendo um teorema.

Mas não devemos ser cépticos, pois se a Lei de Lavoisier se aplica a toda a Natureza, porque não se aplica ao Homem, um dos muitos produtos desta.

Esta lei também nos ajuda a provar os princípios atrás referidos, pois sendo o Amor uma forma de energia, também ele é constante em todo o universo, logo os princípios atrás referidos ficam automaticamente provados.

2ª PARTE

A ENTROPIA

“ Nós, só entendemos quando conseguimos abstrair"
Prof. L. F.

A entropia é a parte mais complicada do Amor, e por isso deve ser tratada com especial cuidado, pois é este componente que está relacionado com a parte sentimental da questão É neste ponto que parece que tudo foge das regras tradicionais da ciência convencional, mas como poderemos ver mais adiante não é bem assim, e que através da ciência poderemos explicar tudo, até a entropia do Amor.

Bom, antes de mais nada, o melhor é explicar o que é a entropia. Esta é a medida directa do estado caótico ou do grau de desordem de um sistema; ou seja, a entropia mede a desordem provocada por uma pessoa noutra; acho que todos já sabem o que é; é aquilo a que chamamos o “ nó no estômago ” quando estamos em presença, ou não, da pessoa amada. Também se pode demonstrar por outros meios, como por exemplo suores frios, palpitações, ansiedade, enjoo, vontade de saltar, vontade de estar quieto, vómitos, alterações do ritmo respiratório, etc. etc..

Mas todos os efeitos anteriores são provocados por um estimulo mental, e por isso a entropia está ligada com o factor psicológico, o que a torna na mais complexa componente do Amor.

No próximo post veremos de que forma a entropia e a entalpia, ou seja, como os processos calorosos e os processos destabilizadores se relacionam entre si nos relacionamentos amorosos.

segunda-feira, janeiro 10, 2005

|

NA CAUDA DA REALIDADE...

SEM MEDO...

Capítulo Terceiro

Tomo III

Finalmente a Termodinâmica...


1ª PARTE

A ENTALPIA

“O Amor, no universo é constantemente infinito” - S. C.


Sendo o Amor uma forma de energia, pode perfeitamente variar, e termodinamicamente essa variação de energia pode-se definir como entalpia.

Entre duas pessoas existem sempre variações de energia, mas como se vê pelo quotidiano, ninguém ama todas as pessoas que conhece, o que seria impossível senão as leis atrás referidas perderiam a validade. Agora, o que acontece, é que em relação a certas pessoas essa variação de energia é tremenda, e aí se começa a notar que esse alguém tem algum efeito sobre nós, e pode representar um começo de um novo Amor. Mas também pode não representar nada disso e ser somente uma atracção física (para ser Amor, temos que entrar em linha de conta com outro factor, a entropia, que falarei com maior pormenor mais à frente).

A variação de energia, normalmente é feita através de calor, e por isso é bom definir o que é o calor.

Calor é a transferência de energia térmica entre dois corpos que estão a temperaturas diferentes. Ou seja , para haver Amor, tem que haver o que se chama de fluxo de calor, tem que haver uma troca de qualquer coisa entre duas pessoas, em que é a uma doadora e a outra receptora e, temporalmente têm que trocar dinamicamente, pois como o Amor no universo é constante quer dizer que não é infinito, logo não pode haver um único dador, pois assim a fonte esgotar-se-ia num ápice. Assim tem que haver uma situação de equilíbrio, de uma troca de calor dinâmica entre as duas pessoas que se amam.

Se se repararam, foi a primeira vez a que me referi ao Amor como uma situação de equilíbrio, e muitas foram as vezes que nos falaram do Amor como uma situação de desequilíbrio, mas por mais incrível que pareça o Amor é uma das mais equilibradas situações em que podemos viver, embora possamos ter atitudes extremosas, mas sempre em reacção a um desequilíbrio. Acho que para melhor entender, nada melhor do que um exemplo. Duas pessoas que se amam estão afastadas por motivos vários, então uma delas foge de casa para estar com a pessoa amada; à primeira vista pode parecer uma atitude de uma pessoa completamente desequilibrada, mas se formos a ver para o equilíbrio que existe entre essas duas pessoas, essa fuga só contribuiu para que houvesse o tal “fluxo de calor” entre eles, dando origem a uma nova situação de equilíbrio.

O estudo dos calores postos em jogo nestas reacções entre duas pessoas chama-se termoamor, assunto a ser tratado no próximo post...


The capital punishment of Prometheus

dholbster - Dec. 2004


quarta-feira, janeiro 05, 2005

|

NA CAUDA DA REALIDADE...

SEM MEDO...

Capítulo Terceiro

Tomo II

Finalmente a Termodinâmica...

Capítulo I

O AMOR

“Há sempre um pouco de loucura no Amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura
Friedrich Nietzsche in “Assim falava Zaratustra”

Decidi começar por ir a um dicionário e ver o que dizia a respeito do Amor e o que eu encontrei foi o seguinte:

“Amor, s, m. (do Lat. amore). 1. Conjunto de fenómenos afectivos que nos impelem para o alvo dos nossos desejos; sentimento que nos impele para o objecto dos nossos desejos; paixão; afecto. 2. Objecto desse sentimento. 3. Forte inclinação de caracter sexual. 4. Afeição; amizade. 5. Coisa ou pessoa dotada de beleza valiosa. 6. Caridade; benevolência. 7. Entidade mitológica que encarna o Amor; Cupido.”

in Moderno Dicionário da Língua Portuguesa

Sim, o Amor é isto tudo, mas também é muito mais. Acima de tudo, o Amor é uma forma de ENERGIA, sim, um tipo de energia que nos faz mover, que nos dá uma nova forma de olhar para o mundo, que nos faz saltar, cantar, rir e, o principal nisto tudo, nos dá a possibilidade de amar.

É com base neste conceito de energia que vou tentar descrever o amor termodinamicamente.

CAPÍTULO 2

termodinâmica

“Termodinâmica - é o estudo científico da conversão entre o calor e outras formas de energia”

Raymond Chang in “Química”

Tratando-se do Amor de uma forma de energia, acho que deverei começar por enunciar a lei da conservação da energia: “A quantidade total de energia do Universo permanece constante”.

Esta lei é curiosa, pois põe a descoberto alguns factos que normalmente nos escapam, por exemplo, diz-nos que quando alguém passa de um estado em que não está a amar a um estado em que ama alguém, respeitando esta lei, para haver conservação de energia (leia-se Amor), tem que noutro lugar alguém deixar de amar na mesma proporcionalidade. Agora se reduzirmos o universo somente a três pessoas e se tivermos em conta o tão grandioso principio de Lavoisier: “Nada se perde, nada se ganha tudo de transforma” e com um universo de três pessoas 1, 2 e 3 se a pessoa 1 ama a pessoa 2, e se de um momento para o outro a pessoa 1 deixa de amar a pessoa 2, então pelos princípios atrás referidos, inevitavelmente a pessoa 2 irá amar a pessoa 3 ou vice versa. Mas como não vivemos num universo de três pessoas se uma deixar de amar num determinado local e num determinado momento, esse Amor perdido irá aparecer noutro local ou noutro momento, nunca podendo desaparecer. (Ter em conta, que a partir do nosso tão conhecido Einstein, o tempo também começou a contar como coordenada , por isso digo local e momento).

Um outro princípio que acho interessante revelar é o princípio do zero, que consiste em: Se a pessoa 1 ama a pessoa 2, e se a pessoa 2 ama a pessoa 3, então a pessoa 1 ama a pessoa 3, (matematicamente isto escreve-se da seguinte forma: a=>b e b=>c <=> a=>c). É claro que nesta altura és capaz de esboçar um sorriso de gozo dado o disparate, mas vamos seguir o raciocínio: Imaginemos que gostamos de alguém, mas sabemos de antemão que essa pessoa jamais nos amará. Por sua vez sabemos que esta ama alguém e que consegue conquistá-la, tem como recompensa a felicidade. Se nós amamos aquela pessoa decerto ficaremos também felizes com a sua felicidade. Se isto acontece, então a quem devemos estar gratos? Não será à pessoa que ela ama e que a tornou feliz?

Desta forma, o que pareceu absurdo a princípio torna-se claro. Se amamos verdadeiramente alguém deveremos amar quem a faz feliz, pois é essa a satisfação do verdadeiro amor. É claro, que muitas vezes confundimos amor com posse. Pensamos, se amamos alguém queremos tê-lo connosco. Mas não é desse “amor” que estou a falar, mas sim do verdadeiro, daquele que é energia pura, como iremos ver nos posts seguintes.

Bem vindos ao mundo termodinâmico do amor. Preparem-se pois nos posts seguintes virão revelações inesperadas, preparem-se para ver o amor de outra forma...