
quarta-feira, novembro 30, 2005
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terça-feira, novembro 29, 2005
|Aqui vai
A man walks out of his apartment,
It is raining, he's got no umbrella
He starts running beneath the awnings,
Trying to save his suit,
Trying to save his suit.
Trying to dry, and to dry, and to dry but no good
When he gets to the crowded subway platform,
He takes off both of his shoes
He steps right into somebody's fat loogie
And everyone who sees him says, "Ew."
Everyone who sees him says, "Ew."
But he doesn't care,
'Cause last night he got a visit from the
Ghost of Corporate Future
The ghost said, "Take off both your shoes
Whatever chances you get
Especially when they're wet."
He also said,
"Imagine you go away
On a business trip one day
And when you come back home,
Your children have grown
And you never made your wife moan,
Your children have grown
And you never made your wife moan."
"And people make you nervous
You'd think the world is ending,
And everybody's features have somehow started blending
And everything is plastic,
And everyone's sarcastic,
And all your food is frozen,
It needs to be defrosted."
"You'd think the world was ending,
You'd think the world was ending,
You'd think the world was ending right now.
You'd think the world was ending,
You'd think the world was ending,
You'd think the world was ending right now."
"Well maybe you should just drink a lot less coffee,
And never ever watch the ten o'clock news,
Maybe you should kiss someone nice,
Or lick a rock,
Or both."
"Maybe you should cut your own hair
'Cause that can be so funny
It doesn't cost any money
And it always grows back
Hair grows even after you're dead"
"And people are just people,
They shouldn't make you nervous.
The world is everlasting,
It's coming and it's going.
If you don't toss your plastic,
The streets won't be so plastic.
And if you kiss somebody,
Then both of you'll get practice."
"The world is everlasting
Put dirtballs in your pocket,
Put dirtballs in your pocket,
And take off both your shoes.
'Cause people are just people,
People are just people,
People are just people like you.
People are just people,
People are just people,
People are just people like you."
The world is everlasting
It's coming and it's going
The world is everlasting
It's coming and it's going
It's coming and it's going
Ghost of Corporate Future
Regina Spektor
Soviet Kitsch (2004)

Esta é uma fotografia sem qualquer tratamento de photoshop, para variar. Lembrei-me da minha antiga veia radical anti-digital e anti-qualquer-tratamento-de-fotografia. Por essas alturas era um puritano fotográfico. Mas como sempre, se insistirmos, tendemos a evoluir. Não retoquei esta fotografia por birra nem por radicalismos. Não retoquei porque sei que está bem assim. Veio directamente do negativo para este blog.
Gosto dela porque é um olhar para o exterior através das cortinas, que tantas vezes distorcem a nossa visão. Gosto dela devido à obscuridade que se vive no interior em contraste com a forte luz que se verifica do lado de fora. É mais uma fotografia de contraste. Pelo que me conheço, sei que gosto de contrastes, sei que é de contrastes que se cria a luz, que nos separamos da sombra. Não sei como é que uma simples fotografia pode despoletar tanta emoção. O certo, é que uma imagem é diferente da palavra, não se lhe compara. Nem melhor nem pior...
segunda-feira, novembro 28, 2005
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Hoje é a minha primeira noite sem televisão. Talvez por isso esteja a escrever este texto (talvez seja também por ter comprado uma cadeira nova e querer experimentá-la). Ainda estou a ver o que isto vai dar. Felizmente contive-me e não corri ao centro comercial mais próximo para comprar mais um daqueles rectângulos que todos temos, pelo menos assim parece, em casa. Devo dizer que hoje, do que senti mais falta foi da crónica semanal do Marcelo Rebelo de Sousa. Sinto-me amputado, mas o que terá dito o raio do homem acerca da política nacional, das presidenciais, da cimeira europeia-mediterrânica em Barcelona? Que livros terá recomendado? Entretanto liguei o rádio, mas ao que parece todas as equipas de futebol decidiram jogar hoje, só dão relatos de futebol. Pus numa qualquer outra rádio que dava música mais a gosto. Como será a vida sem uma televisão por perto? Apesar de na maior parte das vezes só passar merda, por vezes apanham-se coisas interessantes. Às vezes precisa-se mesmo daquela merda, só para abstrair e tentar esquecer todas as pressões que nos rodeiam durante o dia. Apesar de tudo, desde que me lembro que sou gente sempre tive um aparelho desse por perto. Sempre que queria bastava carregar no botão e já estava. Sabia que tinha ocupação durante as próximas horas. E quantas horas passei eu em frente daquela fonte de imagens. Quantas vezes pensei: “Porra pá, podias ter estado a fazer tantas outras coisas interessantes em vez de ver este filme americano de terceira categoria que já passou pelo menos dez vezes nos últimos três meses..” Estou curioso para saber como se vai passar amanhã quando chegar a casa e ouvir o silêncio provocado pela ausência dela, quando me sentar para jantar e tiver que olhar para a janela e entreter-me assim, enquanto como. Já ouvi relatos de pessoas que vivem sem televisão e dizem que conseguem. Eu sempre me perguntei: Será mesmo possível? Nã..., deve ser mais uma daquelas histórias do diz que disse e no fim, vai-se a ver, e é tudo mentira. Daqui uns dias vos direi...
sexta-feira, novembro 25, 2005
|quinta-feira, novembro 24, 2005
| |Eu sei...
Eu sei que um dia poderei que ter de morder a língua pelas palavras que vou dizer.
Eu sei que me posso a vir a arrepender amargamente por este pensamento desviante.
Eu sei que o futuro poderá revelar-se-me negro e tortuoso, mas não posso de deixar de dizer o que sinto. E pelo que aprendi ao longo dos anos, os sentimentos nunca nos enganam, sentem-se simplesmente à espera de serem interpretados por isso aqui vai:
O último livro do Saramago é uma banhada.
Muito bem escrito, sem dúvida. Aliás bem escrito demais (se isto é possível). Mas por vezes exagerado na figura de estilo, no floreado de palavras, muito encher de chouriço e ideias começadas e concluídas sem qualquer interesse para a história corrente. Parece ter sido um livro feito de encomenda para a editora. Lamento dizê-lo, porque admiro muito o escritor, mas esta é uma obra menor na obra do escritor.
quinta-feira, novembro 17, 2005
|“A meu ver, cada homem dá o máximo de si na esperança de um mérito imortal e de um nome glorioso que lhe corresponda. E tanto mais facilmente, na medida em que é superior. Pois o que o move é o amor da imortalidade.”
In O Banquete – Platão
Estas são palavras de Platão já com mais de dois mil anos do seu livro em que citando o seu mestre, Sócrates, faz um elogio ao amor. É toda uma teoria fantástica em volta do tema amor e do que este representa para os Homens. Não fala só do amor tal como nos surge quando se nele pensa numa primeira abordagem, fala do amor extensamente, exaustivamente. Enfim, chega à conclusão a que todos chegamos facilmente. O amor é o motor da acção do Homem. Nada de novo, nada mais óbvio. Mas uma vez relembro que é preciso citar o óbvio para que dele não nos esqueçamos. Mas, adiante...
No entanto nas palavras que em cima transcrevo fala-se de um amor diferente a que não estamos habituados a falar. Fala-se do amor de uma perspectiva nova (pelo menos para a altura certamente). O amor à imortalidade. Até parece mais um daqueles amores impossíveis a que tantas vezes somos sujeitos. Mas não, não é impossível. É engraçado volta a ver citado este tipo de amor em Camões no seu épico “Os Lusíadas” e mais tarde na filosofia de Hegel. O amor ao imortal é o amor à lembrança do seu nome pelos outros para o resto dos tempos. Já que o corpo é corruptível que a ideia seja pura e dure para sempre (ou pelo menos o maior tempo possível, Platão parece que teve já a sua quota parte de sucesso).
No entanto surge de imediato a questão: Mas como alcançar esta imortalidade que tanto amamos? Simples, parece-me. Pela conquista do respeito pelos outros, pela conquista de um nome glorioso. Parece-me, que no geral, é isto que os move, especialmente se vivermos enraizados numa sociedade competitiva. Angariar o respeito quase no sentido de nos tornarmos superiores ao outro, torna-se na obsessão da vivência do Homem comum numa banal sociedade actual. É tão arreigada esta necessidade que muitas vezes nos esquecemos de nós, do Eu e nos perdemos. Consegue-se construir a imagem gloriosa, mas muitas vezes esta imagem alcançada já nada tem a ver connosco próprios. Ou seja, o preço do nosso amor à imortalidade é, no final de contas, o abandono do Eu...
terça-feira, novembro 08, 2005
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Ontem foi-me lembrada esta frase do F. Dostoievsky. E mais uma vez não consegui deixar de me surpreender com o poder desta frase. Encerra em si tanta verdade e conhecimento que é impossível ficar-lhe indiferente. Se conseguirmos compreender a mensagem subjacente desta frase estamos a viver na plenitude, assumindo por completo a nossa condição de humanos racionais conscienciosos. Tenhamos coragem, assumamos a nossa responsabilidade