pensamentos correntes, pensamentos pendentes

terça-feira, outubro 26, 2004

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Despite all my rage I am still just a rat in a cage
Then someone will say what is lost can never be saved
Despite all my rage I am still just a rat in a cage
Now I'm naked, nothing but an animal
Smashing Pumpkins

sexta-feira, outubro 22, 2004

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Ultimamente dei-me conta que não ainda não percebi muito bem o movimento artístico, ou seja, o que leva alguém a criar algo de novo.
Ao mesmo tempo apercebo-me que as coisas belas são tão simples…


Dedicado à Lu, tu sabes porquê...

quarta-feira, outubro 20, 2004

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Quando nos quisermos ocupar utilmente da felicidade dos homens devemos começar por transformar os deuses do Céu
Paul Henri Holbach
Tão delicioso que até arrepia...


terça-feira, outubro 19, 2004

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O Blog do copista...

Sinceramente acho que este blog deveria ser passado a ser conhecido como: O blog do plagiador, ou o Blog do Copista. Sim, porque não passo sem a citação de outros pensadores. Mas perdoem-me, mas quando vejo ideias tão maravilhosas escritas mesmo ali à minha frente fico com sentida pena por não poder partilhá-las com outros. E por isso aqui vai. Este trecho foi retirado do livro do meu amado F. Dostoiévski – O Idiota, livro que, obviamente, aconselho vivamente:
«... em qualquer ideia humana genial ou nova, ou simplesmente em qualquer ideia humana séria em vias de nascimento em qualquer cabeça, persiste sempre uma parte impossível de transmitir aos outros, nem que o autor escreva volumes inteiros e passe trinta e cinco anos a explicar a sua ideia; persistirá sempre alguma coisa que não quer sair do seu crânio e ficará consigo para sempre; com isso morrerá, sem ter transmitido a ninguém a parte talvez mais importante da sua ideia....»

Uff. É que este tipo de coisas está sempre a acontecer-me. Quantas e quantas vezes quero eu transmitir uma ideia e o outro parece relutante em percebê-la? Às vezes até penso que o outro oferece uma resistência propositada à percepção da ideia que estou a expor, mas depois vejo que não é isso. A linguagem é ainda muito limitada quando comparada com as ideias. É claro que temos o caso dos domadores das palavras, que conseguem chegar ao ponto de quase clarificação da ideia pela palavra, mas isso é somente para os poetas, e nós, comuns mortais? Que fazer?
Se com as ideias, que nascem da lógica racional, acontece isto, o que dizer dos sentimentos? Por vezes penso que a linguagem e o sentimento são antagónicos. Ao reduzirmos o sentimento à palavra estamos a reduzir o próprio sentimento, mas rapidamente chego à conclusão que a palavra é ainda o melhor veículo para a tentativa de descrição do sentimento, senão como?

segunda-feira, outubro 18, 2004

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Isto hoje faz de conta que é um site de crítica cultural

O Filme
COLATERAL
Se quiserem ter uma lição rápida sobre existencialimo e de como pode ele mudar a maneira de ver a vida misturado um tiros (mas nada de sexo), este é um filme a não perder.
Sem ser excepcional, mas com uma realização e fotografia muito conseguida, COLATERAL, o primerio filme onde T. Cruise faz o papel do mau, consegue ser um filme de Sábado à noite. Mas não se preocupem se não o virem, poderão compensar mais tarde com o DVD.




O CD
Inspiración-Espiración; GOTAN PROJECT
A capa do CD é simplesmente uma obra de arte e o seu interior não lhe fica muito atrás. Mas verdade seja dita, este trabalho não chega aos calcanhares do trabalho dos Gotan Project, La Revancha del Tango



sexta-feira, outubro 15, 2004

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Apetecia-me ir viver para o País das Maravilhas, onde a nossa Alice já esteve.
Queria falar com os coelhos e discutir com os ratos.
Queria nadar dentro de uma chávena de café e mandar uma carta à bisca de copas declarando todo o meu amor por ela.
Queria entrar na toca de um coelho e sair num casino. Gostaria que o desconexo ganhasse nexo, e que tudo fizesse, naturalmente, sentido.
Queria não ter a necessidade de querer.
Queria ser possuído pela inércia inata das coisas.
Queria sair desta jaula dourada e deixar-me dominar pela novidade do mundo que eu não conheço.

quinta-feira, outubro 14, 2004

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Não interessa.
Tento de novo.
Falho de novo.
Falho melhor.

S. Beckett

terça-feira, outubro 12, 2004

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Acerca do post anterior acerca hipocrisia/cinismo como maneira única de se viver em sociedade de maneira saudável fica associada a ideia de que quem assim não for será etiquetado como louco ou, no mínimo, como desviado e/ou problemático.
Uma vez mais, sem qualquer pudor, vou utilizar as palavras do poeta para poder exprimir melhor do que tento falar. Obviamente falo, uma vez mais, de K. Gibran (qualquer dia sou processado por uma quase transcrição do livro neste blog. Mas que me importa, se o poeta sabe utilizar melhor a palavra porque não utilizar as suas palavras que explicam melhor aquilo que sinto? Ser poeta não será isso mesmo?).

«O Louco

Sabem como fiquei louco?
Há muito tempo, muito antes de terem nascido os deuses, despertei de um sono profundo e notei que todas as minhas máscaras tinham sido roubadas.
As sete máscaras que tinha fabricado meticulosamente tinham desaparecido. Sem nenhuma máscara, saí a correr para a rua a gritar: Ladrões! Malditos ladrões!
Todos se riram de mim, mas alguns fugiram e fecharam-se em casa com medo.
Quando cheguei à praça principal uma criança que estava sobre o telhado de uma casa gritou: “Olhem, é um louco!” Voltei a cabeça para a ver e o sol encontrou pela primeira vez o meu rosto nu. O sol iluminou ao mesmo tempo o meu rosto e a minha alma.
A partir desse dia nunca mais usei máscaras, e agradeço todos os dias aos ladrões que me a roubaram.

Agora já sabem como me tornei num louco posso confessar-lhes que encontrei muita liberdade e segurança na minha loucura. A liberdade da solidão e a segurança de nunca ser compreendido (aqueles que nos compreendem fazem de nós escravos).
No entanto, sei que não posso orgulhar-me demasiado da minha segurança, pois nem o ladrão encarcerado está livre de encontrar outro ladrão»
Khalil Gibran
in O Louco

Apesar de cada palavra deste texto constituir parte de um todo maravilhosamente verdadeiro, acho que a afirmação mais impressionante (por ser a mais verdadeira, mas ao mesmo tempo a mais esquecida...) é: “aqueles que nos compreendem fazem de nós escravos”. Facilmente se chega à conclusão que se queremos, se for a nossa ambição, fazer com que o mundo nos compreenda, tornar-nos-emos nós um seu escravo.
Por isto, acredito pouco naqueles que se expõem muito; ou serão ingénuos ao ponto de se escravizarem em nome de um orgulho estúpido ou então, estarão, simplesmente, a mentir, e nem sequer valerá a pena ouvir...


segunda-feira, outubro 11, 2004

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Porque temos a arte a começar a surgir com intensidade em:



A passar por aqui:



e por aqui:


E neste momento está mais ou menos no meio disto:


disto:


e disto:


ou disto:





Ná, anda aqui gato...

domingo, outubro 10, 2004

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Está tudo a arder.
Está tudo por um fio.
Está tudo num caos...
Vou fugir do fogo e mergulhar na loucura (sempre refrescante)


quinta-feira, outubro 07, 2004

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Este blog está de luto devido aos recentes acontecimentos relacionados com o abandono do papel de comentador político desempenhado pelo Prof. Marcelo Rebelo de Sousa na TVI.




quarta-feira, outubro 06, 2004

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«...as pessoas que não egoístas são absolutamente desinteressastes. Falta-lhes individualidade... A verdadeira razão por que todos nós pensamos tão bem dos outros é que todos temos medo de nós próprios. A base do optimismo é o puro terror. Julgamos que somos generosos porque atribuímos ao nosso vizinho a posse daquelas virtudes que pensamos poderem vir a beneficiar-nos. Louvamos o banqueiro para podermos exceder o nosso crédito, e encontramos bons princípios no assaltante na esperança de que nos poupe as carteiras. Acredito em tudo o que disse. Tenho o maior dos desprezos pelo optimismo.»
Osca Wilde
O Retrato de Dorian Gray


É impossível não concordar mais...

terça-feira, outubro 05, 2004

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“Os termos vício e virtude não possuem sentido algum para mim. Não louvo nem censuro. Aceito. Sou a medida de todas as coisas. Sou o centro do Mundo.
- Mas existem outras pessoas no Mundo
-Falo apenas por mim. Só me apercebo dessas outras pessoas na medida em que elas limitam as minhas actividades.”
Adaptado de “Servidão Humana” – W. S. Maugham (um dos melhores livros que alguma vez vão ter a oportunidade de ler...)

Serve este pequeno trecho para introduzir uma noção, sobre a qual há muito que me dedico. No entanto, só há muito pouco descobri a melhor forma de a denominar. Antes chamava-lhe apenas egoísmo, o que era de imediato mal interpretado não dando sequer azo à sua explicação, nem que parcial. Depois passei a chamar-lhe ipseidade. O som novo da palavra dava-me tempo de começar a explicar a noção, cuja qual não poderia discorrer sem recorrer à palavra “egoísmo”, e partir daí o problema anteriro se colocava novamente.
Acho que quem me salvou, visto de um ponto de vista inicial, foi Hegel com a sua “luta pelo reconhecimento”, razão pela qual o Homem faz coisas que o distingue do resto dos animais e coisas (já discorri sobre isto num post anterior). Ou seja, o Homem age em função de um reconhecimento posterior pelo o Outro. Estas acções maiores são aquelas conotadas moralmente como o BEM. Ou seja fazemos o bem pelo reconhecimento do Outro, no final, para nós próprios nos sentirmos bem, quer perante a sociedade quer perante nós mesmo, satisfazendo a noção do dever cumprido.
Esta noção já eu a tinha há algum tempo, não sabendo no entanto interpretá-la segundo palavras que pudessem ser aceites. Aqui reside uma das maravilhas da filosofia, ao captar-mos o pensamento de outrem é como que fizéssemos um atalho (o que poupa tempo e trabalho, fundamentalmente...). No entanto acho que a definição “luta pelo reconhecimento” não é completamente esclarecedora deste fenómeno que move o Homem à acção. À primeira expressão - egoísmo – acrescentei-lhe reflexo; egoísmo reflexo. Mas todos os “ismos” têm uma conotação negativa e exagerada, por isso a expressão teria de ser reformulada, e após ser devidamente podada dá origem a; ego-reflexo. É um achado de uma vida.
Esta noção explica, por exemplo, o que tentei explicar uns posts atrás; a hipocrisia como forma única de se poder viver saudavelmente em sociedade. Poderá explicar um dos maiores paradoxos, o que leva o Homem a fazer o bem (e não me venham com as balelas do costume, por favor deixemos deus fora disto, deus não é a razão da existência do homem, muito pelo contrário, mas a tempo lá iremos).Dá a explicação para o seguinte paradoxo: Se fizer uma acção conscientemente, essa poderá ser classificada em termos morais. O que já não acontece se dela não tiver consciência. Um exemplo simples: Se eu for na rua e distraidamente der um pontapé numa pedra que ao rolar for cair em cima da cabeça de m ladrão que naquele momento estava a assaltar uma velhota, não faz da minha acção uma boa acção. O mesmo não se poderá dizer se eu agarrar o ladrão, impedindo-o de prosseguir os seus intentos para com a velhota. Aí poderá dizer-se que fiz uma acção boa. Foi boa porque: 1) Tive consciência da acção; 2) Resultou em proveito do Outro; 3) Fez-me sentir bem comigo próprio derivado das razões anteriores. Mas esta última razão, quanto a mim, não é o fim, mas sim o princípio da acção classificada como o bem.
É aqui que reside a força do argumento ego-reflexo, é ele que nos move, é ele que move o movimento social, é ele que move o Homem.

segunda-feira, outubro 04, 2004

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A beleza está em tudo.
Tudo faz parte de um grande plano estético.