pensamentos correntes, pensamentos pendentes

terça-feira, agosto 31, 2004

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Parabéns a você,
Nesta data querida....




Ninguém reparou, também não era para reparar porque afinal de contas é quase uma coisa pessoal, mas este blog completou o seu primeiro ano de vida. Era esta a altura para fazer as respectivas análises ao que se passou, o que correu bem e o que correu mal, o que se pode fazer para melhorar etc., etc.
Como é claro, nada disso vai ser feito, pois como várias vezes tenho defendido, o blog é à partida, algo de pessoal, não estando sujeito a obrigações impostas do exterior. Acho que é aí precisamente onde reside o gozo de blogar. Gritar com o mundo se nos apetecer. Pedir desculpas. Declarar um amor. O blog é um diário que encontra a sua intimidade porque se encontra perdido no meio de toda a turba cibernauta. É o mesmo princípio que se quiseres esconder algo que melhor local haverá que aquela confusão de revistas que está na sala em frente dos olhos de todos?
Além do mais o blog puxa por nós (falar sobre o acto de blogar e de blogs já se torna um tema recorrente neste blog, mas é um tema tão fascinante que não se pode simplesmente deixar de falar). Por vezes no acto de escrita as ideias tornam formas que na forma de pensamento não estavam claras. Coisas simples quando passadas para palavras revelam-se complicadas. Tudo isto é interessante. Por isso tenho esperanças que este blog dure por mais um ano.


segunda-feira, agosto 30, 2004

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O regresso em força...

A certa altura pensava que nada mais haveria para dizer neste blog. Depois desta conclusão drástica fui de férias, que é o melhor que se tem a fazer quando pensamos que nos esvaziámos por completo. Quando se começa a relaxar as coisas começam a mudar. Aos poucos e poucos verifica-se que não nos tornámos estéreis, apenas enterrámos os pensamentos por baixo de todo o lixo que apanhamos todos os dias promovido pela implacável rotina. Assim, e com a ajuda de alguma leitura de suporte, as ideias, questões e outras imposições começaram a surgir. A certa altura quase se torna insuportável o turbilhão de ideias e coisas de que queremos dissertar, mas uma coisa de cada vez, essa é a parte mais difícil. Controlar e ordenar. Todos somos apaixonados pelo caos, mas como todas as paixões, de vez em quando caímos num ódio terrível. Coisas com que temos de aprender a viver...

No entanto vou deixar esses pensamentos de férias fluírem ao longo do ano. Alguns são ainda uma pequena semente, outros já começam a vislumbrar a luz e outros jazem já moribundos. Enfim um ciclo de vida que nos rodeia constantemente. E sendo o pensamento um produto humano não se lhe poderia escapar...

Hoje bastou ver um anúncio publicitário na televisão. É um anúncio à partida vulgar e sem interesse de especial. Todos já o devem ter visto: é o anúncio do talão de desconto 50% do CONTINENTE. Pois bem, e descrevendo brevemente o anúncio consiste no suposto autor da campanha a ser perseguido por um grupo de mulheres que largam tudo para correrem atrás do senhor que constitui para elas o maior ídolo à face da Terra. Com vêem, nada de mais, pelo menos à primeira vista. Pois bem, se calhar é por este anúncio ser assim é que o governo não permite a entrada do denominado “Barco do Aborto” (denominação com a qual discordo completamente, mais uma manobra hipócrita dos movimentos auto-denominados pró-vida, o que mais uma vez acho uma completa estupidez pois todos os movimentos envolvidos na questão da liberalização do aborto são pró-vida...). A esta altura já todos devem um pouco perdidos, por isso uma coisa de cada vez, acho que é ainda o efeito das férias...
Bom mas vamos então ao anúncio: Se repararem, só as mulheres correm atrás do suposto autor da campanha enquanto que os homens ficam como que estupefactos ao olharem para a correria delas e ao mesmo tempo pensado que o tipo deve ter um pénis maior que a média (pois esta é a única razão que um homem vê para tanta alarido por parte do mulherio). Mas afinal de contas o que é que este anúncio nos está a dizer?
1º. Só as mulheres é que fazem compras, por isso é que só elas é que conseguem dar valor aos supostos descontos introduzidos pelo homem perseguido.
2º. Se só as mulheres é que fazem compras, são elas que sabem do que a casa precisa, e para saber isso devem ser elas as encarregadas por todo o trabalho doméstico. Por isso são elas que tratam da roupa de todas as pessoas da casa, que fazem a comida e limpam a respectiva habitação, enquanto eles ficam sentados, como é óbvio, pois esse é o papel delas... Este anúncio é só mais uma achega para a formação machista e retrógrada deste país.

Mas afinal o que é que tudo isto tema ver com a proibição da entrada do “Barco do Aborto” em águas portuguesas? Pois bem são os mesmos senhores que se denominam tradicionais e defensores da moral pública portuguesas que utilizam argumentos igualmente vazios e estúpidos para impedirem que se informem as pessoas das suas possibilidades e dos seus direitos, pois todos sabem que um povo ignorante é um povo obediente. Já agora surge uma outra questão. Se o Governo Português impediu atracagem de um barco onde se diz que haveria a possibilidade de se fazer o aborto, porque não se impedem as mulheres grávidas de sair do país? Pois todos nós sabemos que bem aqui ao lado, em Espanha, qualquer mulher com recursos monetários poderá fazer o seu aborto na maior das calmas. Tudo isto se resume a uma luta por maior justiça social e não pró ou contra a vida, como hipocritamente alguns querem fazer crer.

Basicamente é mais um escândalo para o povo português, mas ao que parece este não se importa, desde que tenha talões de desconto de 50% no continente, tudo está bem...



sexta-feira, agosto 27, 2004

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A pouco a pouco, vou voltando...

As férias passaram-se a um ritmo alucinante e, pouco a pouco, tenho mesmo de voltar. Entretanto, muitas ideias passaram pela minha cabeça, sobre as quais dissertarei neste blog. Mas aí está um ano inteiro para isso.
P'ra já e para matar as saudades que eu tinha de bloggar, deixo aqui uma das fotos incluídas na minha última incursão fotográfica pelas paredes da alta de Coimbra associada a mais uma ideia interessante. O Decartes iria ter orgulho de ver esta inscrição...


terça-feira, agosto 03, 2004

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Ainda não consegui perceber o porquê de só algumas pessoas perceberem que o Homem vive de e para o prazer, e é desse prazer que baseia a sua existência num egoísmo (como não poderia deixar e ser) que só serve esse mesmo prazer...

Reflectirei sobre isto com mais calma durante e depois das férias....