O Ponto Negro e o Pensamento (I)
Um dia destes estava a praticar duas das minhas actividades ao mesmo tempo (sim que consigo fazer duas coisas ao mesmo tempo e sim, voltei aos meus tempos irónicos, mas vou tentar-me conter).
Após várias tentativas de espremer aquele ponto negro teimoso passou-me mais uma daquelas ideias fantásticas (e não serão todas as ideias fantásticas somente pelo facto de existirem?). Os pensamentos são como os pontos negros. E zás, lá estava o ponto negro a escorrer pelo espelho abaixo (que belo que é ver aquela nhanha meio sólida meio líquida a escorrer pelo vidro do espelho). Depois deste início de pensamento foi um não parar de raciocínios de lógica e contra-argumentação até chegar a uma conclusão final. O pensamento desenrola-se assim mesmo. Têm-se uma ideia inicial, que nos parece certa pelo menos intuitivamente e depois, é o fortalecimento dessa ideia. Isso faz-se pela contra-argumentação. A racionalização e justificação da intuição. Mas o que isto tem a ver com os pontos negros? Bom lá vamos então, vou é por mais um factor ao barulho. O blog são as unhas que espremem o ponto negro. Agora que todos os ingredientes estão apresentados vamos à preparação da receita.
Já num post anterior (Antropologia do Blog) referi a importância do blog para a liberdade pessoal agora, e na continuação de uma reflexão acerca do fenómeno blog, cheguei à conclusão que o blog além de nos libertar também nos faz evoluir em termos intelectuais.
Muitas pessoas possuem os tais pensamentos/pressupostos de que falei anteriormente. Intuitivamente sabemos que é assim, mas muitas vezes não se vai para além disso. É o mesmo quando olhamos para o ponto negro. À partida quando olhamos para o ponto negro não sabemos o que estará por trás dele, à partida é somente um ponto negro, tão negro que não se consegue ter noção do que tem por trás, e mais nada saberemos sobre este ponto negro até o espremer. Até lá fazemos só contemplação e especulação. Pelo o aspecto é daqueles grandes líquidos – diria alguém – Não, não esse é daqueles pretos até à raiz – diria outro alguém, e por aí fora. Muitas vezes isto mesmo acontece com o pensamento. Muitas vezes não vamos ao funda da questão perdendo-se a essência desse pensamento. É aqui que entra o blog. Nós ao escrevermos os nossos pensamento e sujeitá-lo à crítica de quem passa pelo blog. Ao transpor para a escrita os nossos pensamentos, como é um processo mais lento, também está mais sujeito à auto-crítica, amadurece mais lentamente e no final quase sempre, sai melhor.
Na maior parte das vezes o que acontece é que ao escrever os nossos pensamentos o que acontece é que temos de ir mais fundo, o que no final se traduz em algo mais profundo, mais verdadeiro.
Continua...
Um dia destes estava a praticar duas das minhas actividades ao mesmo tempo (sim que consigo fazer duas coisas ao mesmo tempo e sim, voltei aos meus tempos irónicos, mas vou tentar-me conter).
Após várias tentativas de espremer aquele ponto negro teimoso passou-me mais uma daquelas ideias fantásticas (e não serão todas as ideias fantásticas somente pelo facto de existirem?). Os pensamentos são como os pontos negros. E zás, lá estava o ponto negro a escorrer pelo espelho abaixo (que belo que é ver aquela nhanha meio sólida meio líquida a escorrer pelo vidro do espelho). Depois deste início de pensamento foi um não parar de raciocínios de lógica e contra-argumentação até chegar a uma conclusão final. O pensamento desenrola-se assim mesmo. Têm-se uma ideia inicial, que nos parece certa pelo menos intuitivamente e depois, é o fortalecimento dessa ideia. Isso faz-se pela contra-argumentação. A racionalização e justificação da intuição. Mas o que isto tem a ver com os pontos negros? Bom lá vamos então, vou é por mais um factor ao barulho. O blog são as unhas que espremem o ponto negro. Agora que todos os ingredientes estão apresentados vamos à preparação da receita.
Já num post anterior (Antropologia do Blog) referi a importância do blog para a liberdade pessoal agora, e na continuação de uma reflexão acerca do fenómeno blog, cheguei à conclusão que o blog além de nos libertar também nos faz evoluir em termos intelectuais.
Muitas pessoas possuem os tais pensamentos/pressupostos de que falei anteriormente. Intuitivamente sabemos que é assim, mas muitas vezes não se vai para além disso. É o mesmo quando olhamos para o ponto negro. À partida quando olhamos para o ponto negro não sabemos o que estará por trás dele, à partida é somente um ponto negro, tão negro que não se consegue ter noção do que tem por trás, e mais nada saberemos sobre este ponto negro até o espremer. Até lá fazemos só contemplação e especulação. Pelo o aspecto é daqueles grandes líquidos – diria alguém – Não, não esse é daqueles pretos até à raiz – diria outro alguém, e por aí fora. Muitas vezes isto mesmo acontece com o pensamento. Muitas vezes não vamos ao funda da questão perdendo-se a essência desse pensamento. É aqui que entra o blog. Nós ao escrevermos os nossos pensamento e sujeitá-lo à crítica de quem passa pelo blog. Ao transpor para a escrita os nossos pensamentos, como é um processo mais lento, também está mais sujeito à auto-crítica, amadurece mais lentamente e no final quase sempre, sai melhor.
Na maior parte das vezes o que acontece é que ao escrever os nossos pensamentos o que acontece é que temos de ir mais fundo, o que no final se traduz em algo mais profundo, mais verdadeiro.
Continua...